E ontem quando fui buscar a minha doce Pimpolha, cheguei à porta da sala onde ela fica à tardinha a brincar ou a fazer desenhos, ela olhou para mim, sentada na sua cadeirinha e deve ter pensado algo como... a minha mãe chegou, a minha mãe zangada, chorona e cansada... e não se levantou e notei nela mesmo um certo desalento porque primeiro não queria vir embora e por minha causa... Mas eu, e porque ao sair do carro concentrei-me e pensei que tenho de ser uma mãe melhor mesmo no meio de tantos problemas, eu levantei os braços sem nada dizer em direcção a ela como que a pedir um abraço e a acolhe-la no meu seio... Ela olhou para eles, sorriu e levantou-se de imediato e veio-me abraçar e disse... estás feliz, que bom! e abraçamo-nos e dei-lhe beijinhos na sua melena dourada pelo sol... na realidade não, não estou feliz, sinto-me por vezes à beira do abismo prestes a cair tal é a força dos meus muitos problemas, todos eles financeiros, graças a Deus nenhum de saúde... não eu não estou feliz, estou cansada, muito cansada, tão cansada que basta pensar nisso e as lágrimas acumulam-se nos meus olhos...mas ontem tomei a decisão, certa, de a ir buscar, não com palavras amargas e sermões sobre mochilas abertas e conteúdos espalhados, cabelos desgrenhados, roupas sujas e lancheiras abertas, mas simplesmente com um abraço... Foi a decisão certa! Ficamos ali uns segundos aos abracinhos e soube bem e a ela sei que soube ainda melhor porque não o esperava e foi bom... depois, no carro fez-me uma pergunta que ao mesmo tempo que me magoou e partiu o coração pela sua implicação, deixou-me feliz ... Mamã? Quando me vieres buscar podes sempre fazer assim? Dar-me um abracinho? É só isto que eles querem, amor e carinho!
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