Admiro a capacidade que o ser humano tem de se adaptar às coisas mais asquerosas e estranhas... nós mães habituamo-nos com chichis, cocós, vomitados, sangue e muita porcaria, de tal maneira que já nem pestanejamos na hora de limpar aquilo tudo. Há profissões assim mesmo... ser ginecologista deve ser um verdadeiro terror, sim é o sonho de muitos homens mas garanto que depois de ver tantas vaginas, com doenças, mal lavadas e a tresandarem, sim não pensem que as meninas e senhoras e idosas vão para lá com cheirinho de rosas, não viram o anuncio mais horrível do mundo, na minha mui modesta opinião, sobre os pensinhos diários que não deixam o odor (???) sair e as meninas já podem abrir as perninhas??? Quem foi o demente que se lembrou de tal coisa??? ... Homens do lixo, sempre rodeados de ... lixo, daquele bem mal cheiroso que nós já não aguentamos em casa e vamos de pontinhas dos dedos deitar fora e mão no nariz??? Imaginem lá o peixinho cozinhado ou cru a tresandar e a deitar liquido, carne já podre, fruta mais que passada, fraldas cagadas (lamento mas é que é mesmo assim), tudinho misturado... No outro dia vi os senhores do lixo a lutarem para tirar um daqueles sacos de lixo gigantescos de dentro de um daqueles caixotes redondos, suaram para tirarem de lá, andaram para ali a mexericar para não perderem nenhum saco, ainda tiveram de apanhar uns quantos que tinham caído e na maior das descontracções, tinham um cigarro na boca a sorver tabaco e cheirete de lixo. São bem pagos , diz D. Teté, pudera, se não fosse um emprego bem pago ninguém queria... quando chegam a casa já nada lhes deve fazer confusão, isto se conseguirem tirar o cheiro de lixo que se lhes cola à pele... Nas peixarias, as senhoras a cheirarem constantemente o pexum, algum já não fresco, a tirarem as entranhas asquerosas dos peixes... no talho, só sangue e eles sempre bem dispostos a colocar as gordas manápulas em cima da carne para a cortarem e nós a fingir que não vimos que não lavaram as mãos depois de terem recebido o dinheiro do outro cliente antes de nós e a fingir que não passaram a mão e o braço pela testa a limpar o suor antes de nos servirem... Lembro-me de uma vez em Cuba, termos passado por um mercado aberto e a quantidade de moscas a pairar na carne pendurada, sabemos nós se não estão a colocar lá ovinhos de mosquinha que, como todo o mundo sabe, adora passear pelas fezes dos animais... Acho que estou a ficar mal disposta... mas o ser humano adapta-se, o problema é qie hoje em dia adaptamo-mos às coisas boas e que nos privam das nossas imunidades, tantos sabonetes hipoalergénicos, tantos sprays anti vírus e fungos e bactérias, como se fosse sequer possível viver num mundo esterilizado. Deixem-se disso! Sei de tantas criancinhas cujos pais continuam a ferver a aguinha, os biberons e respectivas chupetas, a lavar as roupinhas com produtos caríssimos mas que dizem que não provocam alergias nenhumas e depois os putos estão sempre doentes, de pingo no nariz e a caminho do pediatra, senão do hospital. A mãe de D- Teté contava uma história de um casal de médicos que após muito sofrimento e tentativa conseguiram fazer um filho (porque é mesmo assim) e rodeavam-no de tudo o que era bom e a criança nem brincar podia, nem sequer andar no chão da rua imunda podia, logicamente andava sempre mais que doente. Um dia foram com a minha avó à quinta onde ela ia falar com uns caseiros que tinham uma chusma de filhos porque não tinham TV e não tinham com que se entreter à noite e pimba! Lá saia mais um pimpolho desgrenhado e sujo, quase sem roupa e sapatos para usar. O casal de médicos ficou bastante impressionado porque os filhos dos caseiro eram todos gordinhos, muito desenvolvidos e com umas bochechas bem rosadas e pediram à minha avó para perguntar o que lhes davam de comer e beber para serem assim tão esplendorosamente saudáveis. A minha avó sorriu e pediu para que eles a seguissem e foram dar com aquelas crias a beber águas juntamente com os cães e os porcos, na mesmíssima tina de água que não devia ser mudada há algum tempo. Ficaram devidamente chocados mas o que é facto é que o segundo filho do casal nunca teve mordomias, deixaram-se de caganças (desculpem mas é que é mesmo assim) e nunca se viu criança mais saudável! Eu própria com D. Pimpolha cedo deixei de esterilizar biberons e chupetas. Os primeiros lavava na máquina de lavar a loiça e as segundas passava por águinha e já tava! Um dia estava no super e tinha-me esquecido de levar a chupeta. Agarrei numa, tirei-a do envolucro, passei pela minha boca, que como toda a gente sabe é um dos locais com mais bactérias por metro quadrado, e enfiei-lha na boca perante o olhar surpreso de amiga e colegas de fila de supermercado. Atirei o muito costumeiro O que não mata engorda! e pronto! Por isso afirmo e reafirmo que o ser humano da imundice veio e para a imundice vai voltar quando se aperceber que os mais rijos não saõ os mais lavadinhos, olha as crianças ciganas, ali no meio do campo, sem lavarem mãos antes de comer alguma coisa, a viver al lado de bestas e cães, a fazerem chichi em qualquer lado (vi eu à minha frente) e alegremente andando... Olha os animais abandonados, sim muitos morrem de doenças mas muitos mais vivem...ainda bem! E nem vamos mais longe, olhem aquelas ditas civilizações não tão civilizadas, sem acesso a luz e água canalizada e a todos os frufrus a que estamos habituados e vivem! Por isso acho que o ser humano aguenta tudo, venham de lá os maus cheiros que rapidamente os ignoramos e os respiramos como se de nada se tratasse...
É pá! Que post tão mal cheiroso!!!
retirado de paginalusofona.blogspot.com
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