Bem, ao que parece o Verão já era, pelo menos este ano tem chovido mais e na praia já não se vêm pessoas, os toldos já vão sendo retirados, já noto mais gentes de sapatos fechados e camisolas com manga comprida, mais bicicletas a pedalar por esse algarve a fora e especialmente em frente à minha varanda. Recentemente virei 38 páginas de vida... Se podia ter feito mais??? Claro que sim, se jurei fazer mais antes mesmo de entrar nos entas??? Pois claro que jurei mas na realidade, na fase em que me encontro, em que não posso planear o futuro por não o conseguir vislumbrar bem, de nada vale jurar para o longe, mais vale mesmo olhar para o agora e ir dando beijos na minha Pimpolha e no Dom Maridão. Fez 38 aninhos dia 27 de setembro em que eu vi o mundo pela primeira vez e que sem saber, me mentiram dizendo que tudo ia ser um mar de rosas. Não vale a pena mentir, só vale a pena dizer que vamos tentar... Não faz mal,´foi uma mentira piedosa e eu perdoo! Passei o dia sossegada, a arrumar e a limpar a casa, a fazer uns truques que tenho aprendido na internet e a preparar um jantar gostoso porque este ano, além de pedir para não me darem nada de presente porque eu tenho quase tudo o que preciso, e o que não preciso, disse que preferia ficar em casa. Mais uma mentira piedosa porque quem realmente quer cozinhar no dia de anos? No dia de anos queremos ir passear, beber um café numa pastelaria qualquer, ir jantar fora com amigos e familiares e ser totalmente e inequivocamente bajulada por todos. Mas com a crise que por aí anda, somos obrigados a pensar na carteira, no equilíbrio e principalmente e infelizmente nas continhas para pagar e por isso mesmo, ficamos em casa. O jantar estava óptimo e passou-se mesmo muito bem. Olhando para trás vejo que os dias de anos afinal não são mágicos como eu achava que deveriam ser ou como eu pensava que seriam sempre. Passamos metade do dia à espera do dito jantar com amigos e a preparar a fatiota e que mais??? Nunca gostei muito do meu dia de anos porque confesso que morria de medo que os meus amigos não aparecessem para o jantar e eu ficaria ali, sozinha e abandonada numa mesa de restaurante, rodeada de cadeiras vazias. Graças aos céus nunca aconteceu mas sempre que estava para fazer anos, voltava o esqueleto do abandono. Sim eu sei, sou muito insegura no que respeita a amizades mas também porque sei que não sou aquela amiga, não ligo aos meus amigos com frequência, não lhes envio emails... enfim não faço a minha parte de amiga. Sempre fui assim e de nada vale pôr a culpa em vidas passadas em que eu teria rejeitado todos e quaisquer amigos e agora estava a pagar por isso... Mas na verdade, hoje e com 38 aninhos, gostei de ficar em casa, fui apaparicada pelo Dom Maridão, recebi as prendas que me puderam dar e que foram inesperadas algumas e que muito me agradaram. Mas mais, recebi o amor de Dom Maridão e D. Pimpolha, sem laços e papel decorativo, sem subterfúgios, simples, limpo e às claras. Claro está que o facto de D. Pimpolha achar que eu fazia 49 anos foi desolador... ainda não percebe destas coisas mas quando for a vez dela, em que eu espero estar por cá para o ver, vou vingar-me e dizer-lhe o mesmo... Brincadeira! Num hora eu fazia 19 e noutra já ia nos 49... não faz mal, a vela não dizia nada e serviu apenas para ela me cantar os parabéns em alemão e para ela soprar. No fundo e se pesar bem a balança, o dia foi bom, passei como quis e bem me apeteceu. Por isso... PARABÉNS A MIM!
E mais, D. Pimpolha achou que deveria fazer-me um bolo para a posteridade e assim fez, saiu um bolo às camadas feito de lápis de cor e tinta e com uma velinha em cima... que prenda melhor podia eu querer...
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