domingo, 16 de setembro de 2012

Que triste dia, parte 2, A estrela no Céu!



Já fez um mês que um super miúdo ( desculpa-me mas para mim terás sempre 11 anos...) se foi juntar lá em cima às estrelas que é realmente o lugar dele, ser uma estrela brilhante e sorridente. Infelizmente e muito por causa do que nós todos vivemos, não nos foi possível ir a Lisboa para participar na celebração da missa em seu favor ( desculpa mas não pudemos mesmo ir e tu sabes porquê...), então resolvemos aqui mesmo, tal como sei que muitas outras pessoas o fizeram em outros locais, ir à missa e rezar por ele, pela sua tão bela Alma! Que o Nando é e era uma pessoa especial, eu sei, os pais sabem e todos os que o conheceram, tiveram esse privilégio, o sabem! Que miúdo espetacular!!! Mas nunca pensei que tivesse tantos indícios disso mesmo, eu que sou tão despistada e aluada e por vezes nem acredito em tantas coisas que acontecem... A minha Princesa, que para mim é super especial, e que ainda passou parte da sua tão tenra idade na companhia do Nando, também o sabia especial, porque ele lhe dava carinho, brincadeira, porque se preocupava com ela... de tal maneira que, como já disse, penso que foi o seu primeirissimo Amor, Paixoneta... corava e escondia-se e não queria que ele visse alguma coisa ou que soubesse alguma coisa que ela tivesse feito mal... claro ela só tinha 2 aninhos e sim , nestas idades é possível ter-se um Amor, um amor incondicional, inocente. Um dia, sem mais, iamos no carro e ela virou-se para mim e disse:
- Mãe já dei um recado ao Nando...
De repente nem percebi bem do que ela estava a falar, mas ela continuou...
- Disse na minha cabeça porque ele já não está cá.
Então perguntei o que ela lhe tinha dito...
- Agradeci-lhe por ter brincado comigo e ser bonzinho comigo e disse-lhe que tinha pena do que lhe tinha acontecido.
Fiquei emocionada porque com 7 anos é difícil de dizer a uma criança que uma pessoa que ela conhece morreu e nunca mais a vamos voltar a ver, mas ela ali naquele momento fez-me perceber que ela tinha aceite a morte tão prematura do Nando e a tinha entendido... Claro que fiquei a pensar que foi ele que veio falar com ela para que ela entendesse... e comigo também...
No dia em que soube, no dia em que fiquei chocada até mais não, na rádio tocou uma musica que eu já não ouvia há tanto tempo e que o Nando tinha cantado na no meu casamento, em Karaoke... foi uma despedida, tenho a certeza e mais ainda depois de falar com os pais dele e me terem dito que ele visitou muitas mais pessoas para se despedir...
Ontem, celebrei aquele filho tão especial ao ir passear com a minha doce e rabina Pimpolha, fomos com D. Tété ao Slide &Splash, mas ele passou muitas vezes pela minha mente, como uma saudade... à noite, tal como prometido, fui pôr-me à porta da Igreja a ouvir a missa e os cantigos de cá de fora (porque confesso que não sou muito dada a igrejas...) e também porque tinha levado companhia canina, se alguém adorava animais, esse alguém é e era o Nando, por isso achei que seria um bom tributo a ele. A noite estava fantástica, quente, sem brisa nenhuma, pessoas passavam na rua, umas entravam na igreja, outras saiam... à porta da igreja existem uns holofotes no chão e de cada vez que alguém por ali passava, as suas sombras eram projectadas na parede branca da igreja e ia ficando mais pequenas e mais gordas à mediada que iam entrando, até desaparecerem com os seus "donos", lá para dentro. Da igreja vinham os cantigos e lembro-me de ter pensado que são muitas as pessoas que ali vão e que cantam mesmo sem saber cantar e que bonito que fica o conjunto de vozes, quando sózinhas são muitas vezes uma desgraça. Apareceram crianças a fazer festas aos cães e de repente eu lembrei-me de olhar para o céu escuro para o ver, porque para mim ele é uma estrela e recordo-me de ver Vénus, tão brilhante ali parada e de haver muito poucas estrelas bem visíveis, o que até era estranho porque a noite estava limpida, sem nuvens e o seu tão escuro e de repente surgiu uma estrela! Era uma estrela cadente! Ela surgiu do nada, deixou o seu rasto no céu escuro, um rasto pequeno, de 18 anos, e explodiu tal qual um foguete pequeno. Fiquei sem ar... tive a certeza de quem por ali tinha passado. Se estou a ler nas entrelinhas não sei, se foi mera coincidência de eu estar a pensar no Nando como uma estrela e ele ali estar, também não sei... Não me fiz rogada e agradeci-lhe, a ele e a Deus e fiz um desejo ao mesmo tempo que me emocionei... É que não me lembro há quanto tempo eu não via uma estrela cadente, acho mesmo que nunca vi de facto, ou se vi, garanto-vos, não era como esta estrela. Esta apareceu e desapareceu tão depressa que tive a certeza que ali só eu a vi... Obrigada Nando!

Nada pode fazer suportar a perda de alguém, nada pode compensar a perda de um filho, nada... mas gosto de pensar que o tempo que o Nando cá esteve, serviu para melhorar as nossas vidas, as nossas maneiras de pensar, os nossos corações de uma maneira ou de outra mesmo que nós não nos tenhamos apercebido disso, porque ninguém entra e sai da nossa vida sem deixar uma mossa, uma marca indelével! Ele foi assim para mim! E sei que para tantos outros também!

Um beijo grande!!!

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