sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Please just let me Zleep.....

Ando tão nostálgica e sem vontade de nada... Sinto que de momento precisava retirar-me para um retiro, daqueles que vemos nos panfletos, num sopé de uma montanha verdejante e de capuz branquinho, numas cabanas de madeira, daquelas que deixam entrar um assobio de frio e têm uma lareira a crepitar, um sofá muito gasto coberto por mantas de todas as cores e franjas. Mas que fazia eu às minhas gentes? Pois com certeza eram bem capazes de sobreviver uns dias sem mim, mas conseguiria eu sobreviver uns dias sem eles? Talvez no primeiro dia fosse fácil por andar tão cansada, limitava-me a sentar no alpendre, sim porque este retiro tem alpendres com vistas espetaculares sobre lagos gelados, cheia de roupa até à ponta do nariz e mais mantas espalhadas por cima de mim e apenas, fechava os olhos e dormia! Nunca eu imaginei que dormir era tão importante para o equilíbrio emocional de alguém como eu... Claro que como quase todas as mulheres já passei pela fase de ser mamã de um bebézinho e das tais noites mal dormidas, olhos negros cheinhos de olheiras, pele macilenta de tanta falta de repouso... mas o cansaço que sinto agora é diferente, é cansaço físico e psicológico e quem sabe emocional também... Talvez seja só físico mas inevitavelmente bate à porta dos outros dois e eu não queria que assim fosse... Dou por mim a não ter paciência, a gritar quando apenas me apetece estar calada, a querer um cantinho só meu quando o que mais quero é um cantinho partilhado por mais dois... Não dormir dá cabo de mim! E se por um lado preciso muito de um retiro, preciso ainda mais dos miminhos da minha pimpolha, que chegando eu a casa já irritada por ter tido de sair dela sem me despedir, me entrega uma prenda feita com carinho por ela, um desenho de uma cabeça de uma minnie qualquer e as palavras, " para a minha mamã... feliz natal..." feitas depois de muita irritação, típica de criança desejosa de saber escrever tudo o que lhe vai na alma, e que aos meus olhos transpira, o que lhe vai na alma é a mamã e o papá que ela tanto adora e para quem faz mil e um desenhos de todas as cores e feitios, repletos de muitos corações de todos os tamanhos e tons do arco íris, sempre com as palavras mãe e pai ou com os nossos nomes. Quem veja estes desenhos pensa com certeza que o seu nome é igual ao da mãe de tantas vezes que o escreve, com letras grandes e pequenas, bem ou mal escrito, não importa... Por toda a casa temos obras de arte onde é bem visível o seu amor de filha e eu, eu que vejo e adoro, com tanto cansaço físico e coisas para fazer, esqueço-me muitas vezes de lhe fazer uma festa na sua carinha tão adorável e de lhe dizer " Obrigada!"
Ultimamente tenho me sentido uma verdadeira bruxa, daquelas mesmo feias de corcunda e nariz partido, quando só queria ser uma fada para a minha mais que tudo na vida...mas conhecendo-me como acho que me conheço, sei que só quando colocar o sono em dia e puder enfim descansar um pouco, vou poder brincar aos jewel pets com ela e enroscar-me no sofá a ser coberta por beijinhos e miminhos... Gostava que a oração que a minha avó me ensinou e eu ensinei à minha pimpolha e que dizemos à noite fosse sempre verdade, ela é em espírito, mas nem sempre o é fisicamente...




                             Com Deus me Deito,
                             Com Deus me Levanto,
                             Estou na Graça de Deus,
                             E no Divino Espírito Santo...


Seguida de uma oração só nossa, que inventámos as duas e vamos inventando todos os dias um bocadinho, embora o inicio e o fim sejam sempre iguais....
          
                             Sonhos Cor de Rosa,
                             Com Cachorrinhos e Gatinhos,
                             Nuvens Cor de Rosa
                             E  com Papás e Mamãs a darem muitos Beijinhos, e Carinhos, e Abraçinhos e Miminhos!


E gostava de nunca me esquecer e nem ter vergonha de batalhar com ela a ver quem Ama mais quem... e de dizer sempre que mesmo que se porte mal e eu fique zangada e grite com ela e a ponha de castigo, que eu a Amo mais do que tudo na vida e mais além...


Por isso e depois desta azáfama toda de Natal e Passagem de Ano, se em 2012 me virem cair... não se incomodem em me levantar e por favor não façam barulho, estou a dormir e a retemperar forças para o ano que aí vem com todos os sarilhos que daí advem...


Chiuuuuuuuuu, mamã em modo de Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!











quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Os 12 Desejos!!!

     Será que nunca vos aconteceu chegarem à noite da passagem de ano, à parte das doze badaladas e verem-se confrontados com 12 desejos... com terem de fazer 12 desejos ao ritmo das badaladas e chegarem ao número 7 ou 8 e já não saberem mais o que desejar??? A mim isto acontece-me sempre! Não sei bem que ilações tirar daqui. Ou não tenho imaginação nenhuma ou com a graça dos Céus, tenho muito mais do que preciso e acabo por pedir os costumeiro desejos partilhados por todo o mundo...


1 Saúde
2 Amor
3 Felicidade
4 Paz
5 Dinheiro
... aqui já começo a vacilar e a pensar bem...
6 Conseguir pagar as dívidas todas, que se formos bem a ver tem a ver com o último desejo...
7 Ter uma promoção no emprego... esta enfim...
... depois começo a ficar desesperada e viro-me para a pimpolha...
8 Ter paciência com a minha filhota linda
9 Dar-lhe mais atenção porque ela o merece
10 Ser Mais para o Maridão
...como vêm os desejos começam a ser patéticos pois se a bem da verdade estes últimos são de facto desejos, eu digo-os todos os dias e cabe-me a mim fazer alguma coisa para os ter...
... e já só faltam 2...
11 Ganhar o Euromilhões, que tal como touuuuuda a gente eu também peço e como tal não posso realmente esperar que seja atendido pois neste caso seriamos todos e o prémio seria uns míseros eurozitos pois para dar para tanta gente que formulou o mesmo pedido...
e o último acabo sempre por ou não dizer a medo, por não ter certezas, por pensar que assim estou bem... que seria...
12 Ter outro filho!

Os primeiros 5 todos nós pedimos e são generalistas, Saúde para os nossos familiares, Amor entre nós, Felicidade para todos, Paz em casa e no mundo e Dinheiro para podermos continuar a levar a nossa vida tranquilamente...

Nem me atrevo a pedir aquelas trivialidades como um telemóvel novo, ou roupa, ou sapatos... não! as 12 badaladas merecem desejos sérios e por mais que tente não consigo encontrar todos...

Serei só eu??? Este problema é só meu???

Na realidade o que eu queria mesmo era ter Dinheiro para pagar contas e empréstimos e a escola da pimpolha até ao final do ano escolar... não quero dinheiro para comprar coisas supérfluas porque se for mesmo, mas mesmo a ver, fora uma camisolinha ou outra, não preciso, ou por outra, não precisamos! Se eu ganhasse o Euromilhões, e acreditem já fiz esta experiência muitas vezes na minha cabecinha, eu não ia de férias, não comprava casa nem carro, nem ipads, nem televisões último modelo e nem telemóveis, distribuía irmãmente pelas minhas continhas bancárias, devolvia dinheiro emprestado e dava a umas quantas pessoas que me têm ajudado e que também elas precisam de ajuda.

Quanto ao meu último desejo... gostava muito e tenho uma amiga que já me disse que quanto menos eu esperar... ele se realiza. Acontece que para além de eu ser uma balança a sério, a minha vontade neste assunto muda muito rápidamente. Se por um lado adorava, porque sou filha única, porque gostava de saber e ver as diferenças entre a minha linda pimpolha e uma irmã ou irmão, porque sinto o chamamento, o relógio biológico tem buzinado muitas vezes nestes últimos tempos... por outro lado, noites mal dormidas, biberons, fraldas sujas, gastroenterites, otites e outras ites quaisquer, o treino do bacio, a nova escolinha, de novo o carrinho, a mala tipo sportbilli...as noites mal dormidas...acho que já disse esta... e ainda a pimpolha! Como reagiria ela a um novo membro na família a tirar-lhe todo o protagonismo e a monopolizar a mãe e o pai que ela tanto adora... mas o bichinho, o desejo, ele anda aí e a verdade é que já não me resta muito tempo, sim não sou nem me sinto velha para ser de novo mãe, mas convenhamos, não quero chegar aos 50 com um bebé no colo... estou a exagerar mas não muito...

Por tudo isto e mais alguma coisinha, desejo a todos uma lista surpreendente de desejos, pouco supérfluos mas gratificantes e imaginativos e já agora se quiserem partilhar, estão completamente há vontade!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL AMIGOS!!!





Venho só um pouquinho aqui desejar-vos um Feliz Natal cheio de Alegria, de Amor, de Amigos e de Familiares! Desejo do fundo do coração que estejam bem e tenham tudo aquilo que merecem!

Nós por cá... não é como um blogue de que tanto gosto que diz que ainda andam em pijama por casa e fizeram coisas giras, a pimpolha anda arrastada pela avó, de um lado para o outro nas últimas compras natalícias, sejam elas de prendas, sejam alimentícias, o maridão em casa e eu... eu no trabalhinho! Não faz mal, vou tentar compensar amanhã!

O meu ideal de Natal seria mesmo dormir até tarde, ouvir musiquinha do Natal sem me enjoar muito, chegar à mesa e estar tudo lindo e maravilhoso, a mesa bem posta com flores e velas como por artes mágicas,tudo aparecer já feito tal qual no filme do Harry Potter, a criança feliz, bem penteada, bem vestida e bem comportada a ver um filme de Natal ao lado do seu papá e a mamã, que ficaria eu a fazer? Com certeza não seria a ver o filme porque a mesa não se tira sózinha, nem os pratos vão para a máquina de lavar sózinhos, etc... esta é a nossa realidade e eu, por mim, fico invejosa dos filmes de Natal onde tudo acontece por magia, e todos estão lindos e a comida é boa e saborosa e... só nos filmes mesmo, a realidade é bem diferente mas a parte final, essa é sempre igual, quer nos filmes quer na vida real... Muitas prendas, mais do que aquelas que pretendiamos comprar, há sempre uma prenda perdida que não tivemos tempo de colocar o nome e por isso não sabemos para quem é, montes de papéis de embrulho e fitas por todo o lado, bolos meio comidos, migalhas em cima e em baixo da mesa, aquela sensação de estar cheio que nem um peru...mas todos contentes e felizes por mais um Natal ter passado, por estarmos todos ainda juntos!

O Natal mesmo vai ser a ver a pimpolha a abrir os seus presentes com aqueles enormes olhos azuis a brilharem por o Pai Natal lhe ter trazido exactamente o que ela pediu... hoje de manhã veio à minha cama como faz quase todos os dias, e deitou-se bem pertinho de mim. Quando lhe disse que teria de vir trabalhar, ela olho-me com aqueles olhos como que a pedir para eu ficar pois apesar de estar de férias, tem passado muito pouco tempo comigo, no entanto algo me deixou contente, é que quando lhe disse que era o dia das prendas e que à noite vinha o Pai Natal, ela disse muito depressa que nós não o podiamos ver senão ele não deixava as prendas... quer dizer que por este ano fomos bem sucedidos em fazê-la continuar a acreditar que o Pai Natal existe, mesmo contra todos os comentários dos amiguinhos na escola! Nem que seja só por este ano, já me sinto feliz por ela acreditar... já que das fadas já não acredita...



Resta-me desejar que à Meia Noite crianças e adultos consigam ouvir no horizonte uns Sinos e um Ho Ho Ho de um velhinho barbudo com um trenó cheinho de lindos presentes para distribuir aos meninos bem comportados e, convenhamos, também aos mal comportados porque todos merecemos miminhos, não se esqueçam é de deixar umas bolachinhas e um leitinho, melhor ainda, um Red Bul e uma fatia dourada que isto de andar por meio mundo de trnó deve dar cá uma canseira e uma fomeca...


FELIZ NATAL!!!
MERRY CHRISTMAS!!!
FELIZ NAVIDAD!!!
JOYEUX NOEL!!!
BUON NATALE!!!
FROHE WEIHNACHTEN!!!
LACUS NON LEO!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

My Love Story!

Gostaria de partilhar a minha história de Amor! É uma daquelas histórias parecidas com histórias de casamentos combinados entre as avózinhas... Já conheço o maridão desde os meus talvez 6 anos, temos mesmo fotos os dois juntos tiradas em plena A de P onde actualmente vivemos... Hoje passamos por esses sítios e rimo-nos porque recordamos aqueles tempos e mostramos à pimpolha onde os papás, com a idade dela, tiraram uma foto. A minha avó e a avó dele eram bem conhecidas nesta, na altura, aldeia, ambas vistosas de olhos azuis e de boas famílias. Encontravam-se muitas vezes nos cafés para tomar um chá e levavam os netos respectivos e conspiravam secretamente o nosso enlace. Mas mesmo antes de chegarmos a este ponto, eu podia muito bem ser neta da avó dele e vice versa pois o avô dele foi pedir a mão da minha avó em casamento... não foi aceite por ser mais velho, mas acabou por ser aceite pela avó dele... Como as coisas dão voltas... O prédio onde os pais dele actualmente vivem, está construído num terreno que era da minha família! A minha sogra ofereceu-me uma vez um quadro de uma fotografia antiga da rua onde vive, onde se vê a minha antiga casa de família e o que julgamos ser o vulto da minha prima Maria que nunca casou e viveu sempre com a minha avó... Segundo me contou a minha mãe, a minha avó vendeu a casa porque no inverno ficava sempre alagada pela subida das águas quando chovia muito e mudou-se para uma quinta ali pertinho. Os meus pais são padrinhos de baptizado do irmão do maridão, mais um factor de proximidade.
Acontece que o maridão, segundo ele, sempre teve uma paixão por mim, o que muito me apraz saber, ou não acham? Íamos a casa um do outro, viajávamos juntos, fazíamos férias na mesma praia em toldos diferentes, praia essa completamente diferente hoje em dia mas que eu ainda visito e olho com nostalgia e vontade de reviver aqueles tempos tão lindos e divertidos... Eu vivia em Lisboa e por isso só nos encontrávamos no verão. Lembro-me da praia com pouca gente e as gentes da praia todas se conhecerem. Nos primeiros dias era muito engraçado ver os abraços, os beijinhos, as constatações de quem estava mais gordo, mais magro, de quem tinha casado ou divorciado, de quem tinha engravidado ou tido filhos, até mesmo de quem já não estava neste mundo... A nós naquela altura, passava-nos um pouco ao lado este tipo de convívio, queríamos era ir jogar à carica que era o jogo mais divertido daquela época... Como nunca fui magrinha, era o meu traseiro que era usado para se fazerem as pistas da carica, pistas essas sempre muito elaboradas com curvas e contracurvas e buracos. Era puxada pelos pés por ele para fazer a dita pista. Ficávamos com dores no dedo indicador de tanto jogar à carica. Mais tarde aprendemos a jogar ao prego, que na realidade era um prego verdadeiro e maior que a nossa mão e o jogo consistia em deixar cair o prego da nossa mão para dentro de um circulo desenhado na areia. Horas de diversão! Mais crescidos, a sua maneira de me dar as boas vindas à praia era pregar-me uma gigantesca amona, daquelas inesperadas mas muito desejadas por mim, confesso!
O tempo passou, ele deixou de ir à nossa praia e fomos ficando cada vez mais estranhos um ao outro até que uma noite, e sei lá eu porquê, vi o carro que eu sabia bem ser dele, e deixei-lhe lá uma mensagem arisca a convidá-lo a ir ter comigo e com uma amiga a um barzinho onde costumávamos jogar snooker... Ele apareceu!!!
Fiquei muito contente e foi difícil dissimular esse contentamento e como mulher que sou fiz-me ao piso!!! Andei ali a jogar snooker qual mulher fatal, a lançar olhinhos, a deixar o meu rasto de perfume para ele cheirar... Não terá sido por estes movimentos sedutores, que se calhar não o eram assim tanto, mas o que é certo é que desde esse dia que estamos juntos. Bem na boa da verdade, já estivemos um ano separados e hoje sei, embora tenha sido eu a terminar a relação e eu a tentar desesperadamente reatar a relação, que foi um passo necessário para ser aquilo que sou hoje e que somos hoje... A mim e porque os meus pais sempre quiseram dar aquilo que eu queria, nunca tive de lutar por algo à séria. O carro foi-me oferecido, a Universidade foi-me oferecida, as roupas, os relógios, os brinquedos... deste modo tive de lutar por algo que até um astrólogo bem conhecido disse que nunca iria acontecer. Lutei por um amor que eu sabia ter mas nunca tinha imaginado amar tanto... hoje sei bem o que é sofrer de amor e acreditem que antes eu não acreditava sequer que o nosso coração, esse órgão tão importante dentro do nosso frágil corpo, pudesse doer de verdade, se sentir oprimido como se uma mão grande o estivesse a agarrar e a apertar. Eu não comia e acordava e adormecia a chorar. Foi muito difícil, tive amigas a dizerem-me para ir ao médico porque senão desaparecia, mas no fim tudo valeu a pena! Hoje e passados 7 anos de casamento e muitas brigas e muitas pazes feitas, continuamos juntos a lutar pela sobrevivência neste mundo, sobrevivência financeira, amorosa, enfim, sobrevivência do nós que desde à 6 anos se tornou maior e em vez de uma família a 2, temos uma família a 3!
O casamento surgiu de uma maneira bem engraçada, acho que foi o destino pela mão de terceiros que resolveu dar uma ajudinha já que ele não aceitava os meus muitos pedidos de casamento pois quis que eu também lutasse pelo casório...Um dia fomos à feira dos noivos, só ver, tirar notas e porque naquele dia não tínhamos nada melhor para fazer... Em cada stand por onde passávamos e tirávamos um folheto, nos perguntavam quando nos íamos casar... Os nossos olhares cruzavam-se e riamo-nos, até que ele me disse ao ouvido, "Inventa, diz uma data qualquer..." Assim fiz daí para a frente. " Vamos casar em Outubro!" Continuámos a ver stands de quintas e de fatos e vestidos de casamento até que em outro stand nos perguntaram em que dia de Outubro, porque a agenda já estava a ficar cheia. Mais uma vez olhei para ele e ele disse " Um dia qualquer, inventa!" Assim fiz e disse um qualquer dia que mais tarde e por motivos de incompatibilidade da quinta, igreja e Padre, passou para o dia 2 de Outubro. Quando de lá saímos olhamos um para o outro e percebemos que tínhamos finalmente decidido casar... Estranho não é?Não houve pedidos formais e nem troca de alianças...
Até a história da pimpolha tem que se lhe diga... Como, e graças à minha sogra, já tínhamos casa e completamente montada, de prenda de casamento pedimos dinheiro que é o que hoje em dia faz mais falta numa casa desde que já tenha amor, mas muitas são as pessoas tradicionalistas ou que por motivos óbvios preferem dar uma prenda em vez de dinheiro pois por vergonha não querem que se saiba quanto deram. Mais uma vez fui empurrada por terceiros a fazer uma coisa que, embora já me tivesse passado pelo pensamento e muito, naquela altura estava bem longe de mim... Fiz uma lista numa loja de pré-mamã... Mais uma vez era questionada, para quando nascia a criança, menino ou menina??? Upppsss! " Não, não!" dizia eu bem atrapalhada, "Eu não estou grávida, hei-de estar um dia...". Acho que as senhoras da loja me viram com olhos de louca. Então e se não acontecesse? E se só acontecesse daí a algum tempo...??? Who cares, pensei eu, e fiz uma lista de pré-mamã, em tons neutros para dar para o menino ou para a menina.
Mal sabia eu que a pimpolha seria "feita" no dia do casamento!!!


domingo, 18 de dezembro de 2011

200% perfect Mom!!!

Tenho uma amiga que pode de facto ser a mãe perfeita, ou pelo menos aos meus olhos assim o parece... Cada vez que vou lá a casa fico com sérias dúvidas sobre mim mesma e o meu papel de mãe. Ora vejamos, ela tem lá por casa quatro  miudos fantásticos, uma gata, duas tartarugas, não sei quantos aquários incluíndo um aquário com água do mar onde se pode ver um pequenino carangueijo, uma anemona, um peixe que eu não vi mas me garantiram estar por lá e vários camarões. Quanto a este último vai pelo menos uma vez ou por mês, ou por semana, não me recordo, buscar água ao mar para repor e claro os bichinhos foram todos recolhidos por ela e seus pimpolhos em idas à praia. Toda a casa, e esta ainda é grande, está dedicada aos pimpolhos! A sério! Quando se entra lá percebe-se que ali, naquela casa tão acolhedora vivem crianças felizes pois qual a criança que ao viver no meio de brinquedos, desenhos e animais não se sente feliz? Nas paredes vêm-se quadros pintados pelas crianças em festinhas de anos, trabalhos manuais sobre o meio ambiente e reservas naturais, autênticos murais de pintura e claro, fotografias da família, antigas e recentes mas todas elas evidênciando uma grande alegria. Por cima da lareira têm uma foto a preto e branco onde figuram os seis e deve ser a foto mais fantástica que já vi. Não estão perfeitamente arrumados, nem muitissimo bem vestidos como aquelas fotografias que vemos nas revistas tiradas por fotógrafos profissionais que nos metem um pouquinho de inveja por a nossa familia não ser assim e faz-nos prometer que assim que houver tempo disponível, vamos todos a um fotógrafo para finalmente tirar uma fotografia de família digna de enviar como postal de Natal! Não! A foto deles mostra-nos alegria contagiante e quando entramos na sala salta-nos à vista esta foto familiar.
Há sapatos desarrumadamente organizados à entrada, mochilas da escola, de patinagem de futebol, estantes que ou têm livros para adultos e para crianças ou têm jogos para pimpolhos e brinquedos por todo o lado... Há uma sala que para adultos só tem uma mesa de snooker, porque de resto podem encontrar-se fatos de fantasia feitos pelas mãos desta magnifica mãe, pendurados tipo loja ou guardados em baús, mais brinquedos, mais desenhos, tintas e cavaletes... Mas o mais importante é que a maior parte dos brinquedos são feitos por eles, desenhados por eles, imaginados por eles... Reinam as crianças naquela casa que quase se parece com uma mini escolinha onde os alunos são todos da mesma família. Esta mãe de momento não trabalha e por isso também dedica todo o seu tempo à familía, mas a mim quer-me cá parecer que já antes era assim! Do pai também reza esta história, dedicado tal como a mãe aos seus mais que tudo, onde está incluída esta mulher, pois entre os dois vê-se química, faíscas, carinho e muito amor...  Paciência têm os dois aos molhos e nunca os vi gritar com nenhum dos filhos, têm sempre um sorriso nos lábios mesmo que tenham de dizer algo mais sério... Como eles conseguem eu não sei mas que me fazem sentir uma autêntica bruxa por estar sempre aos berros com a minha unica pimpolha, lá isso fazem! Normalmente eu para além de os invejar, também iria encontrar algo para criticar e falar mal tal é a natureza humana de destruir as coisas boas que vemos e não conseguimos ter... é verdade e não se mintam! Vocês também o fazem nem que seja inconscientemente, mas esta família é tão simpática que nos desarma por completo e a unica coisa a fazer é mesmo gostar imediatamente deles!
A outra coisa a fazer é juntar-me a eles, já que não os consigo "vencer" e pedir-lhes para nos dar um workshop de "Como ser uma mãe a 200%!".

Para eles um óptimo e Feliz Natal!!!


PS- aqui fica uma receita para se ser uma super mamã...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Carta!!!


AhHa! Finalmente e sem eu dizer nadica de nada, a pimpolha apareceu na cozinha decidida a fazer a carta ao Pai Natal!!! Teve direito a desenhos e tudo não fosse o Pai Natal não entender aquela escrita tão infantil que Deus deu a todas as criancinhas pequeninas, afinal já está velhote e usa óculos de aro redondinho.
Perguntei eu o que ia escrever pensando que iria dizer o costumeiro, portei-me bem e coisas assim, mas nada disso. Pimpolha é como sua mamãzinha, vai direto ao assunto e sem mais nada pôs-se a descrever o que queria este Natal. Ajudei um pouquinho, até lhe disse para pôr números nas prendas para não se enganar e escrever mais do que as 3 que lhe disse que este ano o Pai Natal traria... Ok! fui bem sucedida quanto à coisa de enumerar as prendas, mas acho que apareceu mais umas duas não previstas mas igualmente muito desejadas... O cão mauzão, o cão que ladra, isto porque o cão verdadeiro que tenho lá por casa não lhe deve ser suficiente, quer arranjar um amiguinho que possa dormir com ela à noite... vai ter é de desalojar os outros que andam debaixo da almofada, debaixo do edredon e em última análise, debaixo da pimpolha..., o casaco da chita, leia-se por favor aquele casaco lindissimo, segundo ela, que viu na prestigiada e conceituadíssima loja primark, de imitação de pelo, cor de rosa às pintinhas pretas... Oh filha deixa lá que quando cresceres mais um bocadinho o bom gosto aparece...ahahah, e depois surge outro cão que tem uma bola e coração... como não entendi a sua algaraviada na tentativa desastrada de me fazer perceber o que era, levou-me à sala e com o comando da meo pôs a emissão para trás para me poder mostrar, ok ficou registado! E por último os ténis com rodas...
Depois fez os ditos desenhos, mas à pressa porque já não estava com paciência para mais... Enfim! Lá foi feita a Carta ao Pai Natal! Resta-me hoje ir com ela aos correios enviar a carta a ver se ainda chega a tempo ao Polo Norte...



Ps- Aqui fica a carta dela que a esta altura já não vai pelos ctt e sim por email que vai muito bem!!!

Ai se eu te pego!!! Mordo!!!

Ok! Como mãe sei perfeitamente que vai ser impossível proteger a pimpolha de todas as coisas más! Dos medos, de feridas, etc, mas como mãe nós tentamos sempre que os nossos braços e colo os protegem até da chuva mais miudinha! Que fazer quando a pimpolha chega a casa e muito reticente nos diz que quer dormir na nossa cama porque tem medo da bruxa... Um amiguinho da escola mais velhinho que ela, anda a contar histórias de terror sobre uma bruxa, um bebé verde e um touro (???) esta nunca eu ouvi, mas com toda a paciência e graça expliquei que não existiam bruxas e que bruxa era eu quando ela se portava mal... bem chegadas a casa resolvi pegar no touro pelos seus respectivos corninhos e tentar dar a volta a esta questão da bruxa e do medo de dormir à noite. Pedi-lhe para fazer um desenho sobre a bruxa e os outros intervenientes nesta macabra história e depois dobrar a folha muito bem dobradinha, após o que iríamos deitar fogo à bruxa... sem me aperceber ando a perpetuar o mito da purificação pelo fogo, mas enfim... ia já o desenho a meio da queimadura e lembrei que o melhor mesmo era dizer-lhe que nunca em circunstância alguma deveria tentar fazer aquilo sem a minha presença ou a de qualquer adulto, tipo please do not try this at home!... Meu Deus! Ensinei-a a deitar fogo... que perigo! Claro que a esta altura já nada havia a fazer a não ser explicar-lhe os perigos de atear um incêndio e que poderia se queimar e muito e ir parar ao hospital com muitas dores... cada vez estava a fazer pior... Bem julgava eu que a história tinha ficado por ali já que para não queimar nada em casa, para além do desenho, fomos até à varanda e deixei o desenho a queimar na tigela da cadela, que não se estraga, e às tantas havia mais gargalhadas do que medo pois a cadela parecia querer comer a bruxa através da inalação do seu fumo que a mim me deixou mal disposta e cheia de lágrimas... à hora de dormir veio de novo à baila a bruxa... desconversei mas deixei-a adormecer na nossa cama, não foi uma jogada inteligente pois ao quebrar a rotina dei a entender que afinal o raio da bruxa até era perigosa... Chamou pelo pai, por mim, e resolvi voltar e coloca-la na sua caminha no meio dos seus muitos peluches que têm direito a dormir com ela, rezamos e puxei a cordinha do peluche musical, tal qual como era bebé e que até hoje serve para a adormecer. Nada! Só me dizia em voz baixa que ainda não estava a dormir. Pronto, tirei-a da caminha e sem dizer palavra levei-a para a sala e deitada com a cabeça no meu colo enquanto eu via um filme sem som, finalmente adormeceu pelo que a pude ir deitar na sua caminha e aí dormiu toda a noite sem vestígios da visita da bruxa. Fiquei contente por este episódio ter terminado bem, no entanto e antes de ter decidido que o melhor mesmo era adormecê-la fora do quarto, rebelei-me contra o dito miúdo e disse em voz alta que quando o visse lhe dava um enxerto de porrada (perdoem-me a expressão mas na altura disse que lhe batia), e o iria proibir de contar estas histórias às criancinhas mais pequeninas... Foi um desabafo de desespero por pensar que a minha noite ia ser bastante agitada e animada por constantes chamamentos por parte da minha pimpolha e eu não iria conseguir pregar o olho... Tudo se resolveu mas na altura não o sabia... Hoje de manhã e já nem me lembrando do que tinha dito, oiço-a dizer ao Papá que a Mãe ia bater no menino que lhe tinha contado aquela história... e agora? Ela levou a sério e claro que eu nunca iria levar avante aquele meu despropósito... O pai lá lhe disse que eu estava a brincar e a coisa passou... Ou seja as cabecinhas das criancinhas são de facto umas autenticas esponjinhas e absorvem tudo o que ouvem, mesmo aquilo que nós não gostaríamos que tivessem ouvido, especialmente o que nós não gostaríamos de ter dito, pelo menos em voz alta. Espero que à tarde, quando a for buscar não tenha o pai do miúdo à minha espera com cara de poucos amigos a pedir explicações do porquê da minha malfadada promessa de chocalhar o seu mais querido filho...! Ufa!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Espirito de Natal...Onde andas tu?


Este ano ando mesmo muito mal quanto a espirito natalício... Nem a minha pimpolha anda muito entusíasmada e temo que eu seja o problema... Fizemos a árvore e ficou linda mas temos pouco tempo para olhar para ela... não há prendas debaixo porque o Pai Natal ainda não chegou e nas ruas não brilham as mesmas luzinhas por causa da crise... de qualquer maneira está a tornar-se difícil passar o espírito do Pai Natal quando os amiguinhos todos a bombardeiam com frases completamente destruidoras como ..." O Pai Natal não existe! São os pais que trazem as prendas... És mesmo bebé em acreditar no Pai Natal!" Como lidar com isto aliado ao meu pouco espirito natalício? O facto é que a carta escrita ao Pai Natal ainda não foi feita e nem sei se o será, os desejos foram ditos em voz alta e de vez em quando repetidos ou alterados... O jogo do cão mauzão, um peluche que é um cão e ladra e tudo e o terceiro pedido já mudou muitas vezes, desde outro cão de brincar, a uma Nancy e a um casaco de chita que viu no shopping e anda a sonhar com ele... Só 3 que foi a conta que Deus fez... ou talvez não mas assim decidi este ano que só poderia ter 3 prendas, daí a terceira ir mudando porque as outras já estão compradas e tenho de lhe dizer que não pode mudar porque o Pai Natal não pode estar constantemente a trocar prendas... Anda muito desconfiada e eu também! Ela que realmente o Pai Natal não existe e eu que ela no fundo sabe que é verdade, mesmo quando lhe digo que o Pai Natal só existe e traz prendas para os meninos que acreditam nele, e os que não acreditam são os pais que compram para poderem ter prendas debaixo da árvore...

Claro que este não deveria ser o espirito que lhe deveria passar e sim o da união, compreensão e amor... mas confesso que ando cansada, um pouco desiludida e a querer e muito dormir um dia inteiro! Se acredito em Deus? Acredito! Se acredito que o menino Jesus nasceu no dia de Natal... não acredito e por isso mesmo nem fizemos o Presépio lá em casa. Apareceu um comprado pela avó e foi colocado numa prateleira mas no fundo não passa de mais um bibelô sem muito sentido para ela... A culpa é minha mais uma vez porque não vou com ela à missa nem à catequese porque o trabalho assim o obriga. Confesso, again, que ir à missa nunca me agradou e cheguei a ir algumas vezes com a minha avó, tal como hoje ela vai com a avó que é mais dada a estas coisas que eu ou o pai. Quando preciso de desabafar e penso em Deus, falo com Ele em casa, no carro, na cama... não vou à igreja e nem se trata de esta estar longe da minha vista pois moro mesmo atrás de uma... Lembro-me das poucas vezes que em adulta fui a uma igreja e nunca gostei do discurso dos padres, muitas vezes os considerava até dissimuladamente ofensivos e  hipócritas, enfim, prefiro não ir, mas no fundo gostava de ser daquelas pessoas que pelo menos no dia de Natal vão à Missa do Galo vestidos a rigor com os maridos e filhos à Igreja. O problema é que o que eu gosto é da imagem da familia unida e bem vestida... não da Missa do Galo que nem sei por que raio se chama assim...


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Não quero envelhecer!!!


Tá resolvido! Não quero envelhecer!!!

Quando falo com amigos cada vez mais me convenço de que é um desperdício envelhecer, e não me venham com histórias de que é bom termos os filhos e netos e tempo para aprender coisas novas e visitar sítios que não pudemos enquanto novos... Oh vá lá!!! A sério??? Muitos são os "velhos" que vejo passarem os dias sozinhos não porque a família não lhes liga mas porque por e simplesmente não têm tempo para lhes dispensar. Eu sei que visto desta maneira é cruel. Mas se esmiuçarmos bem as coisas não é, é apenas falta de tempo mesmo! Ora veja-se, saímos de manhã à pressa para levar as crianças à escola e vamos logo a correr para o emprego porque os tempos estão difíceis e não convém chegar tarde pois, se não formos nós, há uma série de candidatos ao nosso lugar que com o desespero crescente da falta de emprego e segurança, se predispõem a fazer o mesmo por uns trocos a menos... Depois no fim do dia, vamos a correr buscar os miúdos porque as escolas conseguem fechar mais cedo do que nós conseguimos sair dos trabalhos e já estamos a pagar os minutos extra que as escolas cobram por ficarem a tomar conta das nossas crianças fora das horas estipuladas. De repente e quando estamos a caminho de casa, lembramo-nos que não temos pão ou leite e vamos a arrastar as criancinhas até ao supermercado mais próximo e acabamos por comprar o dobro do que realmente queríamos... Cheias de sacos e mochilas e casacos e bonecos, voltamos para casa e atiramos com as compras para o chão, não há tempo para as arrumar, e vamos pôr as nossas criancinhas no banho. Devia ser um duche rápido mas enchemos a banheira para elas irem brincando enquanto rumamos de novo para a cozinha para imaginar algo para o jantar( até agora não houve tempo para pensar sequer no que faríamos quando chegássemos porque na realidade não nos lembramos o que temos em casa para fazer)... Somos constantemente interrompidos pelos berros das criancinhas que não nos largam e nos chamam de volta à casa de banho para nos mostrarem que afinal a barbie sabe nadar... grrr de volta à cozinha tentamos arrumar as coisas e berramos ao marido para nos vir ajudar, dilema, ajudar em quê? é melhor que seja a arrumar as coisas nas prateleiras porque para terminar o banho tem de ser a mãe porque as criancinhas por norma preferem as mães para lavar cabelos e tirar do banho e esfregar o corpinho e secar o cabelo...e por aí em diante! Preparamos-nos para a guerra porque por mais que nos custe enfiar os miúdos na banheira, acreditem custa muito mais tirá-los de lá... Finalmente cá fora, atiramos com elas para cima da nossa cama embrulhadas em toalhas dos pés à cabeça e emprestamos aquele nosso brinquedo caro que juráramos nunca emprestar mas que afinal dá tanto jeitinho para as manter ocupadas enquanto vamos terminar de fazer a sopa e começar a descascar batatas ou quem sabe fazer arroz que é bem mais fácil, já vem descascado, para acompanhar uns bifes ou afins... Com isto tudo já são quase 7 ou 7.30 da noite. Um berro lá de dentro lembra-nos que deixamos as crianças embrulhadas e que o pai resolveu ir dar uma ajuda e está a puxar cabelos, porque nem todos os pais têm jeitinho para desembaraçar os cabelos que obviamente vêm da escola cheinhos de nós porque as crianças andaram a correr com os amigos, como deve ser! Voltamos a correr e pedimos ao pai para ir ver se a sopa não derrama tornando a cozinha num autêntico desastre da natureza. Como não temos o tempo devido para com cuidado e carinho desembaraçar os ditos cabelos delicados, acabamos por fazer a mesma figura do pai e puxamos cabelos e secamos tudo muito rápido porque afinal já são quase 8 da noite e ainda não comeu e nem passou os olhos pelo livro de leitura e nem brincou um bocadinho. Finalmente e depois de procurar e vestir o pijama e fazer uma trança, não por vaidade mas por necessidade, porque se não o fizer é o mesmo sarilho para desempeçar cabelos pela manhã, corremos para a cozinha e enquanto as crianças fazem os TPC's, com a ajuda do pai, nós acabamos finalmente de fazer o jantar... 8.30 e eles deitam-se às 9h... Pai dá uma ajudinha e põe a mesa por favor..., no meio disto tudo acho que ainda não tirei o casaco e já tenho suores e não são frios... finalmente todos sentados à mesa e é o do costume, "Mãe não me apetece comer a carne, é dura, não quero alface, podes me cortar a carne, podes me dar à boca, posso ver bonecos..." O jantar é passado entre frases típicas tais como, "Come por favor!" ou então "Vá lá só mais um bocadinho!", ou outra do género "Se na escola e em casa das tuas amigas comes legumes aqui também comes!" e finalmente a rotineira "Já me estou a irritar!!!" Chegados finalmente ao fim da refeição deixamos brincar uns 5 minutos porque o relógio já bateu as 9h e amanhã temos de acordar bem cedo... O pai fica a tirar as coisas da mesa enquanto com jeitinho arrastamos os miúdos para lavarem os dentes e cama!!! Mas as coisas não são assim tão fáceis, primeiro temos de lidar com " Já???" ou "Não tenho sono...", quando os conseguimos por na cama e porque faz dias que não lhes lemos uma história, passamos os dedos pelas lombadas dos livrinhos e em vez de escolher as mais bonitas, escolhemos as mais rápidas de ler porque temos ainda tanto para fazer... Beijinhos beijinhos e aqui sim, tiramos uns minutos para lhes dizer que os amamos e que lhes desejamos uma boa noite!!!

De volta à cozinha, toca a tirar a loiça do dia anterior da máquina e colocar a de hoje e arrumar o que resta em cima da mesa e a cozinha, o pai também ficou a dar uns miminhos quando foi a vez dele de ir dar os beijinhos de boa noite! Lembramo-nos que amanhã é dia de natação ou de patinagem ou de outro desporto qualquer e toca de ir preparar a mochila porque de manhã é tudo muito rápido e à pressa e podemos nos esquecer de qualquer coisinha... Voltamo-nos para a máquina da roupa que tinha ficado com roupa lá dentro depois de ter finalmente acabado de lavar, porque tem de ser esvaziada mas é melhor não por a roupa a secar porque de noite não seca nada, afinal já passa das 9.30 e além disso nunca sabemos se vai chover, mas como temos mais roupa para lavar, não a podemos deixar na máquina que era onde ficava tão bem... A cadela precisa de ir à rua e não apetece mas como temos de levar o lixo, lá pomos a trela e munimo-nos de saquinhos para os dejectos sólidos, porque como não há terrenos nem jardins onde possam fazer, temos o dever cívico de apanhar e deitar no lixo, não me importo porque mantenha a zona à frente de minha casa mais limpa, claro se fossemos todos assim..., o que importa e muito é ter-me tornado vassala da cadela e vem-me à memória tempos em que não havia casas de banho e fazíamos nos penicos que depois eram despejados pelos criados, pronto mas não me posso queixar porque fui eu que quis ter a cadela para ensinar responsabilidade à criancinha e etc, claro que para isso deviam ser as criancinhas a passear os animaizinhos, a dar de comida, a dar banho e essas tarefas acabam forçosamente por cair nas costas das mamãs e dos papás...

De volta a casa há que passar roupa que já faz pilha em cima da tábua de passar e damos por nós a optar por passar só a roupa do dia seguinte porque já estamos muitíssimo cansados para passar mais. O pai anda às voltas a arrumar o seu escritório... Já são umas 10 da noite e lembramo-nos que o melhor será ir já preparando a lancheira das criancinhas para o dia seguinte, lástima os tupperwares vêm sem tampas porque as crianças não querem saber e lancham em qualquer lado da escola e começam num sítio e acabam noutro e a tampa ficou no sítio da partida... enfim com isto tudo damos pelas horas e lembramo-nos que temos de ligar aos nossos pais ou avós e pedimos muitas desculpas por não termos ido lá e por só estarmos a ligar àquelas horas e contamos o nosso dia e quase não damos por ter monopolizado o telefonema quando o intuito era saber como eles estavam...

Agora vamos ver o lado dos avós, uns passam os dias em casa a ver televisão, ou então a limpar e arrumar a casa pela trigésima vez, não vá ter escapado um pózinho qualquer, ou vão até ao café do costume, se ainda tiverem forças para andar, e ficam por ali, com uma chávena de carioca de limão á frente a ver as pessoas passar, a lembrar os velhos tempos ou a dar dois dedos de conversa ou com o empregado do café que tem muita paciência para ouvir falar dos filhos e dos netos e das histórias que já se esqueceu que já contou em tantas outras ocasiões... ou com uma amiga ou amigo que entretanto também por ali passou. Há aqueles sortudos que combinam um lanche todos os dias e para tal vestem-se a rigor como nos bons velhos tempos e passam a tarde a contar histórias dos tempos idos, de vez em quando alimentadas por histórias novas dos filhos e dos netos... Ir aprender coisas novas...é só para alguns, isto dos computadores faz-lhe muita confusão até porque, em primeiro lugar já não vêm como antes e têm dificuldade em estar muito tempo a olhar para um ecrã, depois cursos gratuitos não são muitos por aí e quando os há o mais provável é serem longe e não terem quem os leve, ou por e simplesmente acordaram com mais dores de reumatismo e não lhes apetece ir e serem tratados como criancinhas pequenas, como é uso e costume quando se lida com pessoas idosas... Passear para quê? Já não podem comer o que lhes apetece porque lhes pode fazer mal, de fato de banho não ficam nada bem ou então não podem apanhar sol e muitos há que não sabem nadar, porque nos seus tempos por e simplesmente não se aprendia porque também não tinham muito o costume de ir para a praia e piscinas nem pensar... Vão para onde? Para a Republica Dominicana? É muito longe e como não fazem praia ficavam-se pelo hotel a fazer o mesmo que no café lá da terra, sentados com um carioca qualquer a ver as pessoas novas passar, ao menos ali podia falar "mal" que ninguém a percebe, mas também tem muita dificuldade em perceber... Os netos não quiseram ir com a avó ou então se foram andam pela praia a apanhar sol e a fazer surf ou mergulho que é coisa que a avó com toda a certeza nunca será apanhada a fazer... Não senhor, o melhor mesmo é ficar no seu canto onde ainda conhece alguém...

É para isto que eu me encaminho??? Com certeza que terei alegrias mas também tristezas... Lembro-me da minha avó, uma mulher lindíssima que fazia cabeças virar no seu tempo e que no fim passava mais tempo com a Senhora que tomava conta dela do que connosco, e se há filha que adorava e adora ainda a mãe, é a minha mãe! Mas vivíamos em Lisboa e só cá vínhamos nas férias e festas porque a minha escola era em Lisboa e os trabalhos também... Chegou a ir viver para Lisboa para estar mais perto da filha e neta mas as pessoas, as ruas eram muito diferentes e todas as suas amigas e conhecidas estavam no Algarve, por isso voltou. Nunca foi para um lar porque não queria, nem ela nem nós, e então via televisão, adorava a cadela e fazia-lhe muitas festas e passeava-se até ao café, muito bem vestida e arranjada e via as pessoas passar e de vez em quando via uma amiga e convidava-a para tomar o lanche... Sou sincera, não sei se é assim que quero passar os dias, ainda para mais com a crise que para aqui vai, vou chegar lá sem reforma, a pagar caro os medicamentos e consultas médicas e afins...

Resumindo e concluindo, o melhor mesmo é viver esta vida dia a dia e quando lá chegar, ter um telemóvel com capacidade para fazer facecalls para ir vendo os netos e os filhos sem estes se sentirem na obrigação de vir visitar aqui a avózinha...














segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Querido Pai Natal!!!



Meu querido Pai Natal!



Este ano gostaria de ser altruísta e de te pedir Paz na Terra, Saúde para todos e muita Alegria mas não consigo! Infelizmente o espirito natalício escapa-se-me por entre os dedos e por muito que tente não o consigo apanhar... Este ano, querido Pai Natal, o que eu gostaría mesmo não eram prendas no sapatinho, era mesmo o euromilhões na meinha natalícia que está pendurada ao lado da árvore tão linda e prontinha para ser recheada de alguma coisinha.... Pois é, já lá vai o tempo em que pedia aquelas botas lindonas que vi no shopping ou então aquele vestido que de certeza me ficaria a matar... quando emagrecesse mais uns quilinhos... até já passou o tempo de pedir um dinheirinho em vez de prendas, este ano tenho mesmo é de pedir o euromilhões para fazer face a tantas contas para pagar... o pior é que sei que não serei a única a pedir esta tão maravilhosa prenda e isso, Pai natal, custa-me pois vou ter de ser a advogada do Diabo e dizer-te por carta porque sou eu que o mereço...



Tenho passado pelas lojas e vou dando uma olhadela às montras como se elas me fossem indiferentes, eu tento Pai Natal mas confesso que está a ser difícil! Não porque tenha mesmo de ter aquilo ou porque quero mesmo comprar para oferecer aqueloutro, sim porque já fiz um acordo comigo mesma e de cada vez que me apetece comprar alguma coisinha de que realmente não preciso, viro as costas e vou embora! Os tempos estão difíceis e é raro não dar por mim a pensar no que aquele dinheiro que iria gastar naquela coisinha, dava para pagar lá por casa...



Com a pimpolha já tive uma conversa sobre prendas e convenci-a de que 3 era o número ideal de prendas, claro que quando chegar à escola vai ser complicado quando começarem os miúdos a enumerarem a quantidade de prendas de Natal que tiveram e ela só dizer 3... que afinal é a conta que Deus fez...



As filhoses, azevias e os sonhos que era coisa que comprava na pastelaria mais conceituada lá da terra, vou tentar fazer eu... com a ajuda da Sra Dona Bimby lá nos arranjaremos com certeza, o bacalhau e o peru terão de estar na mesa mas desta feita com doses contadinhas porque a vida tá cara, como tu bem sabes... Ao marido e às amigas enviei um sms, porque é de graça, e dentro do espírito natalício disse que este ano só queria um beijinho e um abraço e deste modo também eu os darei sem gastar um tostão...



Aos avós da pimpolha vamos recuperar a tradição natalícia da minha querida avó, que de lá de cima nos vela e concerteza anda em aflições ao ver-nos passar tantas agruras, e vamos dar uns pijaminhas quentinhos que até caem mesmo bem pois com este frio de rachar não nos apetece outra coisas que não vestir algo bem acolhedor e quentinmho na hora de fechar os olhos para mais um soninho gratuito...



Resumindo e concluíndo, Querido pai Natal, poe-me lá no sapatinho ou na meinha se preferires, uns trocos para comprar o euromilhões e já agora um saco bem grande de paciência e vontade porque felizmente, amor, carinho e humor temos em abundância lá por casa!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Dia da Árvore de Natal!!!

Estava eu a ficar doentinha e sem a mínima vontade de fazer juz ao prometido... tinha-lhe dito que dia 1 de Dezembro faríamos finalmente a árvore de Natal! Claro que enborquei dois ilvicos e bora p'ra frente!!! Diga-se de passagem que a pimpolha estava para lá de excitada, penso que os pézinhos nem tocavam o chão de tanto extase... A árvore foi retirada da caixa onde tinha sido guardada e finalmente... tochdown! Só faltava a decoração... Com suas mãzinhas trementes foi retirando bolinha a bolinha de dentro de 2 caixas de plástico e enfeitando a árvore. Da caixa saíam bolinhas de todas as cores e tamanhos, anjinhos prateados e de cores, cornetas vermelhas, maçãs douradas... às tantas vi o que me pareceu ser uma guitarra e disse-lhe ao mesmo tempo que lhe passei o objecto decorativo para a mão... " Oh mãe! Isto não é nenhuma guitarra! É um violino!!! " Fiquei passada com esta pequenina mas importante demonstração de sabedoria infantil do alto dos seus 6 aninhos. De facto assim era, pois não cabia na cabeça de ninguém colocar uma guitarra na árvore da Natal, até hoje ainda não vi nenhum anjinho a tocar umas guitarradas nos hinos natalícios... Depois de todas as bolas colocadas e acreditem são mesmo muitas, tantas que estou a considerar sériamente ligar para o Guiness e dizer que temos a árvore de natal de menos 2 metros com mais bolas no mundo inteiro, veio a vez das fitinhas. Havia azul e farfalhuda, prateada e lisa e verdes, farfalhudas com pequeninos pais natal a segurarem prendinhas vermelhas e verdes... Antes de nos deitarmos demos mais uma olhadela à árvore que piscava de vermelho, azul, branco, amarelo e verde e ficámos com uma sensação de tarefa concluída com êxito!


Claro está que, tal como é garantido nesta vida que a seguir ao sol venha a lua e vice-versa, sei que amanhã por esta hora, a nossa àrvore terá ainda mais enfeites feitos pela pimpolha durante o dia e as bolas terão sido mudadas de galho em galho, conforme disposição, ou estarão espalhadas pela casa toda devido à brincadeira constante... Aposto que desta não se lembravam vocês! De ter uma árvore em constante up grade!!!


Resumindo e concluindo, a nossa árvo