quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

My Love Story!

Gostaria de partilhar a minha história de Amor! É uma daquelas histórias parecidas com histórias de casamentos combinados entre as avózinhas... Já conheço o maridão desde os meus talvez 6 anos, temos mesmo fotos os dois juntos tiradas em plena A de P onde actualmente vivemos... Hoje passamos por esses sítios e rimo-nos porque recordamos aqueles tempos e mostramos à pimpolha onde os papás, com a idade dela, tiraram uma foto. A minha avó e a avó dele eram bem conhecidas nesta, na altura, aldeia, ambas vistosas de olhos azuis e de boas famílias. Encontravam-se muitas vezes nos cafés para tomar um chá e levavam os netos respectivos e conspiravam secretamente o nosso enlace. Mas mesmo antes de chegarmos a este ponto, eu podia muito bem ser neta da avó dele e vice versa pois o avô dele foi pedir a mão da minha avó em casamento... não foi aceite por ser mais velho, mas acabou por ser aceite pela avó dele... Como as coisas dão voltas... O prédio onde os pais dele actualmente vivem, está construído num terreno que era da minha família! A minha sogra ofereceu-me uma vez um quadro de uma fotografia antiga da rua onde vive, onde se vê a minha antiga casa de família e o que julgamos ser o vulto da minha prima Maria que nunca casou e viveu sempre com a minha avó... Segundo me contou a minha mãe, a minha avó vendeu a casa porque no inverno ficava sempre alagada pela subida das águas quando chovia muito e mudou-se para uma quinta ali pertinho. Os meus pais são padrinhos de baptizado do irmão do maridão, mais um factor de proximidade.
Acontece que o maridão, segundo ele, sempre teve uma paixão por mim, o que muito me apraz saber, ou não acham? Íamos a casa um do outro, viajávamos juntos, fazíamos férias na mesma praia em toldos diferentes, praia essa completamente diferente hoje em dia mas que eu ainda visito e olho com nostalgia e vontade de reviver aqueles tempos tão lindos e divertidos... Eu vivia em Lisboa e por isso só nos encontrávamos no verão. Lembro-me da praia com pouca gente e as gentes da praia todas se conhecerem. Nos primeiros dias era muito engraçado ver os abraços, os beijinhos, as constatações de quem estava mais gordo, mais magro, de quem tinha casado ou divorciado, de quem tinha engravidado ou tido filhos, até mesmo de quem já não estava neste mundo... A nós naquela altura, passava-nos um pouco ao lado este tipo de convívio, queríamos era ir jogar à carica que era o jogo mais divertido daquela época... Como nunca fui magrinha, era o meu traseiro que era usado para se fazerem as pistas da carica, pistas essas sempre muito elaboradas com curvas e contracurvas e buracos. Era puxada pelos pés por ele para fazer a dita pista. Ficávamos com dores no dedo indicador de tanto jogar à carica. Mais tarde aprendemos a jogar ao prego, que na realidade era um prego verdadeiro e maior que a nossa mão e o jogo consistia em deixar cair o prego da nossa mão para dentro de um circulo desenhado na areia. Horas de diversão! Mais crescidos, a sua maneira de me dar as boas vindas à praia era pregar-me uma gigantesca amona, daquelas inesperadas mas muito desejadas por mim, confesso!
O tempo passou, ele deixou de ir à nossa praia e fomos ficando cada vez mais estranhos um ao outro até que uma noite, e sei lá eu porquê, vi o carro que eu sabia bem ser dele, e deixei-lhe lá uma mensagem arisca a convidá-lo a ir ter comigo e com uma amiga a um barzinho onde costumávamos jogar snooker... Ele apareceu!!!
Fiquei muito contente e foi difícil dissimular esse contentamento e como mulher que sou fiz-me ao piso!!! Andei ali a jogar snooker qual mulher fatal, a lançar olhinhos, a deixar o meu rasto de perfume para ele cheirar... Não terá sido por estes movimentos sedutores, que se calhar não o eram assim tanto, mas o que é certo é que desde esse dia que estamos juntos. Bem na boa da verdade, já estivemos um ano separados e hoje sei, embora tenha sido eu a terminar a relação e eu a tentar desesperadamente reatar a relação, que foi um passo necessário para ser aquilo que sou hoje e que somos hoje... A mim e porque os meus pais sempre quiseram dar aquilo que eu queria, nunca tive de lutar por algo à séria. O carro foi-me oferecido, a Universidade foi-me oferecida, as roupas, os relógios, os brinquedos... deste modo tive de lutar por algo que até um astrólogo bem conhecido disse que nunca iria acontecer. Lutei por um amor que eu sabia ter mas nunca tinha imaginado amar tanto... hoje sei bem o que é sofrer de amor e acreditem que antes eu não acreditava sequer que o nosso coração, esse órgão tão importante dentro do nosso frágil corpo, pudesse doer de verdade, se sentir oprimido como se uma mão grande o estivesse a agarrar e a apertar. Eu não comia e acordava e adormecia a chorar. Foi muito difícil, tive amigas a dizerem-me para ir ao médico porque senão desaparecia, mas no fim tudo valeu a pena! Hoje e passados 7 anos de casamento e muitas brigas e muitas pazes feitas, continuamos juntos a lutar pela sobrevivência neste mundo, sobrevivência financeira, amorosa, enfim, sobrevivência do nós que desde à 6 anos se tornou maior e em vez de uma família a 2, temos uma família a 3!
O casamento surgiu de uma maneira bem engraçada, acho que foi o destino pela mão de terceiros que resolveu dar uma ajudinha já que ele não aceitava os meus muitos pedidos de casamento pois quis que eu também lutasse pelo casório...Um dia fomos à feira dos noivos, só ver, tirar notas e porque naquele dia não tínhamos nada melhor para fazer... Em cada stand por onde passávamos e tirávamos um folheto, nos perguntavam quando nos íamos casar... Os nossos olhares cruzavam-se e riamo-nos, até que ele me disse ao ouvido, "Inventa, diz uma data qualquer..." Assim fiz daí para a frente. " Vamos casar em Outubro!" Continuámos a ver stands de quintas e de fatos e vestidos de casamento até que em outro stand nos perguntaram em que dia de Outubro, porque a agenda já estava a ficar cheia. Mais uma vez olhei para ele e ele disse " Um dia qualquer, inventa!" Assim fiz e disse um qualquer dia que mais tarde e por motivos de incompatibilidade da quinta, igreja e Padre, passou para o dia 2 de Outubro. Quando de lá saímos olhamos um para o outro e percebemos que tínhamos finalmente decidido casar... Estranho não é?Não houve pedidos formais e nem troca de alianças...
Até a história da pimpolha tem que se lhe diga... Como, e graças à minha sogra, já tínhamos casa e completamente montada, de prenda de casamento pedimos dinheiro que é o que hoje em dia faz mais falta numa casa desde que já tenha amor, mas muitas são as pessoas tradicionalistas ou que por motivos óbvios preferem dar uma prenda em vez de dinheiro pois por vergonha não querem que se saiba quanto deram. Mais uma vez fui empurrada por terceiros a fazer uma coisa que, embora já me tivesse passado pelo pensamento e muito, naquela altura estava bem longe de mim... Fiz uma lista numa loja de pré-mamã... Mais uma vez era questionada, para quando nascia a criança, menino ou menina??? Upppsss! " Não, não!" dizia eu bem atrapalhada, "Eu não estou grávida, hei-de estar um dia...". Acho que as senhoras da loja me viram com olhos de louca. Então e se não acontecesse? E se só acontecesse daí a algum tempo...??? Who cares, pensei eu, e fiz uma lista de pré-mamã, em tons neutros para dar para o menino ou para a menina.
Mal sabia eu que a pimpolha seria "feita" no dia do casamento!!!


1 comentário:

  1. Fiquei sem palavras para poder comentar......Realmente o nosso destino está traçado de alguma forma, só temos de lutar para conseguir lá chegar...Parabéns prima "Anita" por esta história maravilhosa , digna de ser partilhada com filhos, netos e bisnetos!Bjo grande e Feliz Natal!!!!!!

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