terça-feira, 30 de abril de 2013

Manhãs atribuladas como a minha não há nenhuma!!!

Hoje levantei-me furibunda e gritei aos 4 ventos isso mesmo! Bem sei que sou muito ruidosa, aliás Dom Maridão diz que a minha voz se ouve no prédio inteiro...- Não faz mal porque de inverno só cá mora um senhor muito ancião que muito provavelmente é duro de ouvido e no último andar mora um casal com tantos cães pequeninos que fazem uma senhora xinfrizeira que com toda a certeza nem me conseguem ouvir...
A reza até à escolinha foi de profundo mau gosto da minha parte a enumerar em modo gritado à minha doce Pimpolha tudo o que eu tenho de fazer lá por casa. Quem me ouvisse diria que tenho toda a razão em estar tão enfurecida mas na realidade, bem sei que Dom Maridão me ajuda e D. Pimpolhinha só tem 7 anos de vida e muita areia pela frente... mas de vez em quando faz-me bem gritar ao mundo as minhas queixas porque depois fico mais aliviada. Claro está que D. Pimpolhinha ficou triste e assustada e agora olhando para trás sei que lhe devo um grande pedido de desculpas mas que venha o primeiro e me atire uma pedra aos meus mui frágeis telhados de vidro quem nunca se passou dos carretos e o berrou para provar! Muitos não se confessam, aliás odeio quem não tem coragem de admitir que a vida não é um mar de rosas, que gritam e mandam tudo às urtigas naqueles dias, que são mais os dias em que estão cansados e furibundos por as coisas não correrem bem do que bem dispostos. Vá lá! Provem-me errada! É que me chateiam quem diz do alto do seu pedestal que não berra com os filhos, que não lhes tira o pó do traseiro quando se portam mal, que não diz asneiras naqueles momentos de aflição- É mentira! Só me falta andar de câmara de vídeo na mão para o provar mas ainda não cheguei a esse estado de mesquinhez para lhes esfregar nos rostos o que fazem quando ninguém está a olhar! Até na escola, quando lá chegamos, às horas indicadas, é só beijinhos e abraços, e "sim querida" e "não princesa", mas depois, se picarmos os nossos tesourinhos para nos dizerem exactamente o que por lá acontece, eles descosem-se e dizem que o professor fulano tal gritou, a professora sicrana tal berrou e por aí em diante, aliás até já comprovei isso uma das vezes em que fui mais cedo, fora de horas, buscar a minha pequenina e ainda nem tinha chegado à porta e já ouvia os gritos do dito professor fofinho e simpático! É da minha natureza berrar e enfurecer-me e logo a seguir ficar calminha calminha, não fosse eu balança, que isto das balanças terem de ser equilibradas com os dois pratos é mentira porque nunca estão nos dois pratos os mesmos pesos porque na vida não há coisas exactamente iguais, aliás a imagem da balança é já por si uma mentira pegada porque os pratos estão sempre vazios e aí é fácil de alcançar o equilíbrio!
Odeio ser dona de casa, não fui feita para isso, pronto confesso-me ourta vez! A minha casa nunca na sua vidinha teria direito a aparecer numa conceituada revista de decoração, nem mesmo nas mais roscofs! A sala está sempre desarrumada, ou com pó, ou com pelos de cão, ou com brinquedos, ou com restos dos meus trabalhos de trapillo, ou com desenhos... o quarto tem sempre um monte de roupas à espera de ou irem para lavar, ou serem arrumadas, a cozinha, por mais que eu tente e asseguro-vos que é a única divisão da casa em que eu me aplico, nunca está limpinha e arrumadinha como eu muito gostaria, nem o escritório, território de Dom Maridão e as wc's... nem me façam voltar a falar do desastre do chão branco que nunca está imaculado... basta dizer que pelos da cadela que vêm presos nos sapatos porque a cadela não tem direito a para lá ir a não ser no dia do banho, cabelos meus e da D. Pimpolha, vá-lha-me Deus que no fim de um mês eu juro que conseguiria fazer uma cabeleira postiça se os guardasse a todos, manchas da água que D. Pimpolha derrama de cada vez que vai lavar as mãos ou os dentes (ela não acredita lá muito nos benefícios da toalha...) enfim... a varanda serve para as cadelas se aliviarem sem nós dar-mos conta, como não é fechada cheira-lhes a liberdade e dá-lhes vontade de fazer o que devem fazer nas árvores, resumindo e concluindo, a nenhum de vôs vos daria vontade de por lá passar sem ser convidado, sim porque nas alturas em que convidamos alguém, o gang todo se junta para arrumar e limpar tudo para os convidados.

Bem, resta-me dizer que hoje terei de pedir mil desculpas pelo meu abrupto acordar à minha preciosa Princesa, mas acredito que algumas coisas que lhe disse tenham ficado guardadas, pelos menos durante os próximos dias.
Eu pelo menos já me sinto melhor e ainda para mais sabendo que ao chegar a casa, ela vai estar na mesma e que por mais que berre, não há nenhum vizinho que se predisponha a lá ir ajudar, por isso resta-me engolir um comprimido de paciência e partir para a luta acrescida de 5 chocos que Dom Maridão apanhou na pesca hoje e que eu terei de pesquisar aqui pela net de como amanhar e fazer... como se já não tivesse tanta coisa com que me entreter! (não te queixes que a vida está cara e chocos fresquinhos e de graça é raro...)

Como desculpa deixo um foto da minha preciosa filhota...

é para me recordar que por mais que seja difícil viver, basta um abraço ou um sorriso dela e fica tudo melhor

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Festa do Pai Nosso!

D. Pimpolha anda na catequese e gosta muito. Vai de bom grado porque não só gosta da catequista como adora ver as amigas. Não somos muito dados à religião, isto é, confesso que não vou à igreja mesmo tendo-a ali em frente de casa. Mas também tenho de confessar que cada vez mais recorro ao meu mui querido mantra, o Pai Nosso e a Avé Maria ao deitar. D. Pimpolha, no fim de semana passado, vinha muito contente por já saber dizer o Pai Nosso, tão contente que vinha a pedalar e a recitar a oração para que eu visse como ela a sabia de cor. O mais engraçado foi terem passado dois respeitáveis anciãos por ela, um virou-se para trás e disse:
- Olha vai a andar de bicicleta e a rezar...
Bem o propósito de vos contar isto é que este fim de semana que passou, era a Festa/ Celebração do Pai Nosso. Os papás foram convocados para irem à igreja para em conjunto decidirmos quem, dos meninos, iria ao púlpito dizer o Pai Nosso. Eram precisos dois, então as catequistas foram emparelhando meninos e fomos ouvindo a reza vezes sem conta. No fim pediram aos pais para decidirem quem tinha falado melhor e mais alto. Logo aqui se levantou celeuma pois os pais não queriam decidir, porque nem sempre os próprios filhos tinham falado melhor e porque aquilo foi de facto horrível. Como não sabíamos o nome dos meninos todos, apontávamos e dizíamos, aquele ali, aquela ali falou melhor, mais alto, mais melodioso...etc. As catequistas não queriam escolher porque dizem elas e é bem verdade, que há pais que embirram e dizem logo que a sua criança não foi escolhida, que escolhem sempre as mesmas, enfim. Mas o problema em escolher e apontar os melhores, foi mesmo o arzinho de desapontamento daqueles que nem um voto tiveram... Eu não escolhi D. Pimpolha porque embora tivesse falado bem, falou muito baixinho. Houve pais que escolheram os seus próprios filhos com medo de os magoarem caso não o fizesse e mais tarde houve pais que confessaram que os seus pimpolhos choraram por estes os não terem escolhido. Eu nem pensei nisso, confesso, até porque nesta vida vai haver tantas vezes em que ela não será escolhida que tem de se habituar, que embora para os seus pais ela seja perfeita em tudo, para os outros pode haver melhores. Escolhidos os meninos, um parzinho, saímos da igreja e eu perguntei-lhe se tinha ficado chateada comigo e expliquei a razão pela qual não a tinha escolhido. Ficou amuada, mas só de brincadeira até porque lhe prometi um gelado para lavar a alma.
No fim do dia, lá voltamos nós à igreja para a tal celebração. Eu dei-me como voluntária para ler um texto, primeiro porque não tenho problema em aparecer (hehehe) e depois e especialmente para que ela visse que não havia problema e nem vergonha em falar à frente daquelas pessoas todas. ( no fim perguntei se ela tinha gostado de me ver e ela não só disse que sim, como ainda disse que tinha tentado, em vão, que eu olhasse para ela...)
O Sr Padre falou nos pais e depois perguntou às crianças se elas gostavam dos seus papás (???), ao que muitas crianças responderam que sim e das mamãs também, e se os papás brincavam com eles... Salta de lá uma vozinha que disse - Brincava... - Pois os miudos dizem as verdades nestas alturas e se tivesse sido a minha, eu tinha-me enfiado debaixo do banco da igreja vermelha como um tomate...
No fim, o Sr Padre chamou todas as crianças para ao pé dele, cantaram o Pai Nosso fazendo gestos de louvor e entregou-lhes um diploma muito colorido e adequado aos meninos com a oração do Pai Nosso que D. Pimpolha ficou muito feliz em receber e foi logo mostrar ao papá, que se tinha esquivado a ir à igreja...

Bem já só faltam dois anos para poder ser baptizada e depois fazer a primeira comunhão... por qualquer motivo quero que seja, talvez porque mesmo com esta memória de ervilha que tenho, assim diz a minha adorada filha, ainda me lembre bem da minha primeira comunhão e de como eu estava tão feliz por ser o centro das atenções, com o meu vestidinho branco e a vela na mão... até me lembro que a minha parelha se chamava Diogo e pensando bem, era até muito parecido com Dom Maridão...!

E porque há quem não saiba...



O meu 25 de Abril!

Num mar que vos parece revolto mas que para ela foi o céu...


O ano passado fui com D. Pimpolha ao Zoomarine, este ano optei por uma solução mais barata, pratica e gostosa. Fomos nós as duas até à praia que temos o privilégio de ter mesmo em frente. Poucas pessoas, muita areia, solinho quentinho... enfim. Gostei de apreciar que D. Pimpolho, do alto dos seus 7 aninhos, não é perdida nem achada nas matérias do preconceito ou do racismo, graças a Deus e a mim que, como sua progenitora, tenho o dever de lhe inculcar coisas bonitas na sua linda cabecinha. Na praia estava um grupinho de miúdos que muito se divertiam na água e claro está, D. Pimpolha que me suplicava para com ela ir para dentro de água (longe disso porque a água estava fria...já pareço daquelas respeitáveis velhinhas que pairam pela beirinha da água a molhar os pézinhos e a molhar a barriga e os costados com aguinha nas mãos...) , foi imediatamente atraída para ao pé delas. Eram um grupo de 3 raparigas africanas, uma brasileira e um menino africano mais pequenino. Para ela podiam vir da lua, de Marte ou do seu imaginário. Não interessou cor, religião ou mesmo sexo, ela foi-se fazendo amiguinha, nadando ao pé e pimba, num instante já brincavam todos juntos, gritos e mais gritos que eu ignorei profundamente, até certo ponto... O mar estava com ondinhas e muito me diverti a vê-la fazer pequenas carreirinhas como eu e o seu papá fazíamos na nossa época. Quando a fome apertou, deixamos tudo na praia (sim aqui ainda podemos fazer destas coisas) e fomos até à pastelaria comer uma mega de uma tosta, ou tostão, de atum. Disse eu...
- não achas que devias ir ali tocar para o papá descer e comer connosco a tosta??? ( é que sem ele ia sobrar tosta de certeza...)
-Não! Hoje é um momento de mamã e filhota...
- Mas coitadinho do papá... vai ficar triste...
-Não...
Bem como não a consegui convencer lá ficamos as duas, mas não por muito tempo porque vivendo num sítio pequeno há sempre gente conhecida a passar e foi o que aconteceu... Aí ela já acedeu a que o papá viesse ter connosco. Passamos aí umas boas 2 horas de tal maneira que no fim só nos restou mesmo ir buscar as coisas à praia e rumar até casa.
Na sexta, D. Pimpolha fez gazeta e fomos até uma piscina perdida, onde  ninguém vai, de água salgada, relva, parque infantil... e que belo dia... peninha que aqui a mamã se esqueça sempre se se besuntar de protector e apanhei um senhor escaldão! O pior é que eu já devia ter aprendido pois todos os primeiros banhos de sol que apanho, são sempre seguidos de um escaldão, mesmo eu sendo de raça dura e escura, e que não devia apanhar escaldão nenhum... enfim...
 Ela não claro, branquinha como é seria um desastre... e aqui ficam algumas imagens do nosso 25 de abril...

à chegada à praia...
No parquinho da piscina... bem sei que todas as mamãs dizem ter os filhos mais lindos do mundo... mas acho que eu posso dizer que ela é uma princesa...



quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estou Farta!

Estou farta!
Estou farta de a todas as esquinas encontrar problemas
Estou farta de não ter dinheiro
Estou farta dos problemas que a minha mãe tem constantemente com os outros
Estou farta das dívidas, a grande maioria delas que não fui eu que contraí
Estou farta de pagar pelas dívidas dos outros
Estou farta de não fazer diferença nenhuma chamar a polícia
Estou farta da polícia não ter autoridade para fazer nada
Estou farta de precisar de dinheiro para poder resolver alguma coisa
Estou farta dos Imis, das taxas, dos empréstimos, das contas da luz e da água
Estou farta de não receber nada
Estou farta de passar meses à espera de receber alguma coisa
Estou farta dos cães
Estou farta de ter de limpar a merda e o mijo de cães que vão à rua 3 vezes ao dia e não se aguentam e mijam e cagam dentro de casa
Estou farta de ter de comprar medicamentos para os cães quando eu não comprei para mim
Estou farta de ter medo que um dia venha alguém cá a casa para me cobrar tudo aquilo que não consigo pagar
Estou farta de sentir que fui enganada por quem me é mais próximo
Estou farta de não poder ter outro filho por causa do dinheiro
Estou farta de me sentir posta de lado pela família do meu marido quando era eu e só eu que levava a dar uma volta e fazia companhia
Estou farta de esperar anos por resoluções que não surgem e em vez disso surgem mais complicações
Estou farta das responsabilidades
estou farta de ser responsável por outros quando nem o quero ser por mim
Estou farta das casas e terrenos que não posso usufruir mas que acarretam merdas e mais merdas
Estou farta de pagar pelos outros
Estou farta de não conseguir dormir só a pensar no que vou fazer
Estou farta de cozinhar e passar a ferro
Estou farta de varrer os pelos da cadela que todos os dias larga e suja a porcaria do chão
Estou farta de olharem para mim
Estou farta de esperar que alguém queira comparar o meu carro
Estou farta de tudo o que se trata ser burocrático e ter de se pagar
Estou farta  de ser sempre eu a ter de apresentar um sorriso quando só me apetece gritar e chorar
Estou farta de tentar e não conseguir ganhar o euromilhões
Estou farta de por causa dos problemas não ter paciência para a minha filha
Estou farta de já não ser eu
Estou farta de ter deixado o único emprego onde fui realmente feliz e me sentia realizada mas que a todos os outros não agradava
estou farta de ouvir os outros e de acabar de não fazer as coisas à minha maneira e depois me dar mal porque não o fiz
Estou farta
Estou farta de olhar para o futuro e por mais que eu queira não ver a luz ao fundo do túnel
estou farta de se aproveitarem de mim e da minha mãe
Estou farta
Estou farta de não poder ter pena de mim porque há quem tenha uma vida bem pior que a minha
Estou farta de nada andar para a frente
Estou farta de ter tido tudo e agora achar que estou a pagar por aquilo que tive e não dei graças
Estou farta de rezar todos os dias até adormecer e de ser a primeira coisas que faço quando acordo, como se nunca tivesse dormido
Estou farta dos barulhos, dos olhares, dos dedos apontados
Estou farta de assinaturas que roubam tudo
Estou farta de arrastar gente para o buraco sem eu querer ou poder fazer alguma coisa para o impedir
Eu não pedi...

... mas estou grata pela minha filha e pelo meu marido... mas nem sempre eles conseguem me levantar e me ajudar

domingo, 21 de abril de 2013

Fim de semana preenchido!

Vá-se lá entender como uma pimpolha de 7 aninhos consegue uma vida social tão activa!!! Na sexta andamos a ver com quem D. Pimpolha se ia encontrar, é que tinha combinado noitada de pijamas com uma amiguinha mas depois combinou com outra conhecer a casita dela numa quinta cheia de cães... Tive de ser eu a desenrolar esta meada, a telefonar a uma mãe a agradecer a oferta da noitada e a combinar com a outra mãe a que horas a ia buscar... e no fim D. Pimpolha portou-se tal qual um piqueno de 4 anos a fazer birra porque não queria voltar para casa... Quando lá cheguei andava às amoras com a amiga, a boca toda vermelha e os dentes nem se fala... Fez-me lembrar de mim e de quando eu era uma pimpolha e ia com amigas lá para a quinta apanhar amoras... umas iam para o tupperware, mas a maior parte já ia na barriguinha... bons tempos com muitas saudades daquela vidinha desafogada, sem preocupações nenhumas a não ser o que fazer no dia seguinte com tanto tempo disponível e amigos e praia...
Mas para a compensar, fiz um gelado de nata tirado de uma receita da Nigella, gelado de nata com raspas de chocolate preto e migalhas de bolacha maria, devidamente regado por chocolate quente... gostaram tanto que já fui avisada que nunca mais querem a dita vienetta para nada, a da mamã é bem melhor!
Depois no outro dia foi a vez da catequese, seguida de brincadeira pré almoço ( bem foi mais uma manicure e pedicure com direito a unhas pintadas de azul céu...) e pós almoço tive direito a espectáculo com D. Pimpolha e a sua amiguinha a dançarem com a playstation... que risota! Depois a mamã teve direito a um miminho,um pratinho dos primeiros caracóis com uma imperial bem tirada... Em resumo, a sexta foi boa, o sábado melhor e o domingo (hoje) a ver vamos,mas pelo menos o calor está instalado e já me livrei das meias e das botas e os dedinhos já soltaram a franga e andam ao ar livre nas sandálias... Espero que não volte a chover porque já não vou ser capaz de voltar atrás, às botas... sou 8 ou 80!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Eu também filha!

Não há nada melhor e que me leve quase às lágrimas do que ouvir a minha filhota dizer que na escola, às vezes no meio do dia, sente a minha falta...
- Às vezes tenho saudades tuas mamã...
Que gostoso!


Amo-te Filha e já agora, um segredo só nosso... eu também sinto saudades tuas durante o meu dia!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Mamã já não gosto da Lady Gaga

Ontem vínhamos da escola e D. Pimpolha sai-se com esta...
- Mamã, já não gosto da Lady Gaga! Ora eu que até nem gostava dela no inicio e fui sempre bombardeada pelas suas canções porque ela e o Dom Maridão estavam sempre a ouvir e ela a cantar, fiquei espantada e disse isso mesmo ao que ela me respondeu uma que me deixou de cara à banda...
- É que a Lady Gaga é lésbica! 
WHAT???
Bem , não fiquei nada contente com esta afirmação até porque em casa nem eu e nem Dom Maridão fazemos referência a gays ou lésbicas e nunca de maneira depreciativa e muito menos se o fizéssemos seria à frente dela que tem 7 anos e ainda não entende bem o conceito da coisa...
- E que tem isso de mal? A Lady Gaga fez-te algum mal? Deixou de cantar bem por ser lésbica? Olha a mãe gosta muito de uma actriz, a Jodie Foster e ela casou com outra mulher mas isso não fez com que ela deixasse de ser boa actriz, e a Daniela Mercury que a mamã também gosta de ouvir cantar casou com outra mulher e também continua a cantar muito bem... isso é preconceito sabias? Não gostar de outra pessoa porque por exemplo tem uma religião diferente da nossa... Neste ponto olhei para o espelho retrovisor e vi a confusão espelhada no seu belo rosto e percebi que tinha entrado a matar até porque como disse antes, ela não percebe muito bem o que é isso de ser lésbica. Então perguntei se tinha sido alguém lá da escola a dizer aquilo e ela seguiu o exemplo. Disse que não e que tinha sido um amiguinho mais velho que lhe mostrara um vídeo da Lady Gaga onde ela e passo a repetir as suas palavras de criança... lambe as outras meninas e dá beijos na boca . Ok também quem manda aquela mulher fazer vídeos marados quando sabe que toda a gente os vai ver??? E quem manda o puto mostrar à minha inocente filhota vídeos destes??? Claro está que não a posso proteger de tudo e de todos e até é bom que ela vá tentando perceber as coisas e que eu cá esteja para lhe explicar como é, mas mesmo assim fiquei danada. Danada porque acho que apesar de tudo não tive a melhor postura e parti para uma explicação seca e bruta que a deixou abananada e danada por um miúdo um pouco mais velho que ela, ter acesso a estas coisas e os pais não ligarem nenhuma. De qualquer maneira ela entendeu (acho) e percebeu sem margem para duvidas que eu não queria que ela chamasse alguém de lésbica e que de qualquer maneira e na minha opinião não nos faz a nós mal nenhum se uma pessoa gosta de outra pessoa do mesmo sexo. Claro que cada um é como é e ela terá a sua opinião formada quando crescer, mas espero ter de algum modo influenciado essa opinião... é tudo o que nós pais podemos desejar.

Ora e aqui fica o link para um desses vídeos... só o ínicio dá-me vontade de olhar para o outro lado...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

PSY - GENTLEMAN M/V

Digo-vos desde já que gosto mais do outro... mas se calhar é porque ainda não fui bombardeada por este na rádio dia sim dia sim... a ver vamos...


Ora Zumba na caneca!!!

Pois ontem (sábado) foi um daqueles dias que amanheceu bem gritado lá em casa mas acabou bem cansado...
Passo a explicar, manhã de sol, D. Pimpolha acordou cedo e foi ver bonecos, e os papás usufruíram de mais uns minutos de bem estar camal até que D. Pimpolha abriu a porta da sala e gritou lá de dentro... "COMIDA!!!" saltei eu da cama e saltou Dom Maridão com tamanho vozeirão grosseirão e cheio de fome! Primeiríssima coisa que me assaltou o pensamento foi uns impropérios que não disse só pensei mas ralhei logo com ela por nos ter acordado tão gentilmente do nosso sono retemperador. Mas como já era hora de nos levantarmos para a levarmos à catequese, lá fiz o esforço. Assim que cheguei à cozinha, libertei as 4 patas lá de casa dos seus respectivos "quartos" e fui logo brindada por, uma piscina xixizal na marquise e uma poça igual em plena sala... Pronto a partir daqui Dom Maridão desistiu de sonhar porque passei eu aos gritos porque ainda no dia anterior tinha varrido, mopado e lavado a marquise toda a fundo e a sala também. Bem, lá fomos para a catequese e como o dia estava ma-ra-vi-lho-so!!! ficamos desde o meio dia, altura em que a fui buscar, até às 4 da tarde na pastelaria a apreciar o sol, as brincadeiras dos miúdos, a ler o jornal e a trapillar ( fiz uma coleira para a 4 patas maiorzinha e uma fita para a melena de D. Pimpolha, assim sem mais e nem menos e muito elogiada fui por uma Sra que por ali também estava... Fiquei a saber que D. Pimpolha aprendeu o Pai Nosso na praia, boa bola para a catequista que sabe levar estas coisas da religião com alegria e brincadeiras, mas ao mesmo tempo, aqui a consciência de mamã galinha ficou a remoer quem tinha dado autorização para levar a minha preciosa filha até à praia... tudo bem que é perto, mas ainda têm de passar uma estrada e de qualquer maneira, eu não fui avisada... porque senão teria ido bisbilhotar e quem sabe tirar umas fotos... Enfim, se calhar sou eu...
Depois fomos todos menos Dom Maridão juntar-nos às festa da associação que começavam às 16h30 com jogos para os miúdos que D. Pimpolha bateu os pés e se recusou a fazer, cá para mim não quer fazer figura de ursa, que é como quem diz, não quer ser gozada se não acertar em alguma coisa, e depois tivemos uma aula de Zumba ao ar livre. Eu, que até sabia do evento, não ia preparada, ia de botas e tudo porque vestir calças de ginástica e ténis e ir para ali mostrar a minha bela figura a toda a gente não faz bem o meu estilo, mas depois de ver aquela gente toda preparada para a aula, também me virei para a coisa e digamos que suei as duas horas de Zumba que para ali fizemos!
Depois da aula, suadas e cansadas, fomos levar uma amiguinha aos seus respectivos papás e, vinham as duas na conversa, sim porque a língua não estava cansada, e dizia D. Pimpolha:
-Ai, é que se eu tivesse que fazer uma aula de Sumba todos os dias...
-Zumba - disse eu
-eu quero lá saber, disso todos os dias é que me matava logo!
Hummm, pensei eu, não gosto desta expressão mas logo de seguida e devendo ter pensado melhor sobre o assunto, D. Pimpolha prosseguiu e disse
- quer dizer eu não me matava, é uma maneira de dizer que não queria, é só uma expressão...
Assim está melhor! Lá ia eu a puxar as duas porque estavam tão cansadas... e assim que lá chegamos, as duas atiraram.se para o chão para fazer valer as suas palavras... pronto vamos para casa tomar banhinho para depois irmos à quermesse - disse eu
- Oh mãe espera!
Pelos vistos o cansaço era só mental porque as duas puseram-se a saltar à corda e foi difícil de arrastar D. Pimpolha dali.
Quanto a mim... Hoje sinto na pele, ou por outra nas pernas, a Zumba na caneca!!!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cheap Cheap... já dizia o passarinho!

Cheap cheap...

Para aquelas mamãs que andam à caça de coisitas onde poupar uns dinheirinhos, aqui vão umas dicas que eu comprovei...
-já não compro penso diários dos caros, vocês sabem quais são, aquelas marcas que andam sempre na tv, experimentei uns de marca branca daqui, outros dacoli e posso dizer que fiquei satisfeita com os da marca ...rufar dos tambores... - Dia! Pois é, comprovo que são bons!
- Já não compro chocolate em pó de coelhos ou afins..., até agora experimentei daqui e dacoli e o melhore e mais saboroso e bem mais barato foi o do... Dia ou Intermarché que vem num saco de plástico (um inconveniente mas como guardo o recipiente daquelas marcas mais carotas, agora é só verter para lá e já está, D. Pimpolha não se queixou de nada e é ela quem mais aproveita...
- Como não me apetece gastar dinheiro no cabeleireiro, a não ser para cortar porque já experimetei em casa e a coisa não correu lá muito bem, resolvi investir nas tintas para casa... perguntei a várias amigas que também já o fazem e surgiu-me um nome e mesmo, mas mesmo mais barato... a medo experimentei porque afinal de contas é messsssmo barato e...rufar dos tambores... adorei! Cabelo bem pintado, macio e pronto. Até traz um bico pente para melhor espalhar a tinta... de onde??? Do Aldi. Confesso que só lá vi 3 cores, preto, castanho e ruivo, presumo que deve haver um loiro mas não vi. Claro que a marca tem mais cores mas aquelas devem ser as que mais saem...
- Adoro bebidas com gás mas as ditas cujas de marca são caras se formos comprar uma garrafa dia sim dia não... então comecei a experimentar as chamadas marcas brancas e fiquei agradavelmente surpreendida, exemplo, o sumo gaseificado de ananás do Pingo Doce é tão bom quanto aquela marca mais conhecida, só não tem aqueles bocadinhos de fruta a boiar como a original e que, muito francamente, eu dispenso. Além desta, tenho comprado gasosa, a que mais gosto porque não sabe a detergente (o problema de muitas gasosas) e é em conta é a do Dia, que é muito mais barata que qualquer outra bebida com gás e como tenho sempre uma garrafa de concentrado, a que mais gosto e em conta é a da marca continente, junto as duas e voilá! Sumo gaseificado na hora muito mais barato, além disso já experimentei fazer sumo de fruta em casa, espremi umas laranjas e juntei a gasosa e ficou um óptimo sumo de laranja gaseificado, que aliás, quem com o eu vê aqueles programas de culinária, já viu esta receita de certeza. Segundo eles, deste modo tem muito menos calorias!
Confesso que, quanto a detergentes não me posso prenunciar pois não vejo diferenças nenhumas, com certeza que as há mas eu sou cegueta quanto a elas...
Bem mais cheap cheap noutro post... Como devem calcolar não ponho preços porque como num dia estão assim e noutro assado, abstenho-me de o fazer.

Enjoy!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Histórias do meu imaginário - Uma noite assim...


2ª História


Logo hoje que tinha planeado uma noite em cheio, com jantar à luz das velas, uma musica romântica , a lareira acesa...tinha de ficar com gripe. Hoje ia ser uma noite mágica, era Noite de Fim de Ano e os dois tinham decidido passar juntos, em casa, aconchegados, a ver televisão e a amar-se. Não podia ser! Já tinha tudo preparado, o jantar, as sobremesas, o vinho... "Bolas" pensou irritada. Foi à farmácia na esperança de algum comprimido milagroso que lhe resolvesse aquele inesperado problema e lhe permitisse passar a noite há muito imaginada, azar! Teria de ir a um centro de saúde para lhe passarem algum antibiótico e sendo o dia que era, já todos se tinham ido embora, também eles na expectativa de uma passagem de ano memorável. Não foi. Foi antes até à sua farmácia doméstica e engoliu uns quantos comprimidos para a febre que se avizinhava e para a tosse. Olhou para o vestido escolhido de propósito para aquela noite mágica diligentemente pousado em cima da sua cama. Passou a mão esquerda por cima do tecido. Era raro encontrar um vestido que ao mesmo tempo ela adorasse e lhe assentasse como uma luva. Aquele era assim. Amoroso mas ao mesmo tempo sexy. Tinha pensado ir até ao cabeleireiro arranjar-se um pouco, fazer uma manicure francesa, a depilação... A única coisa que tinha feito era esta última e para mais já não teve coragem... A cabeça parecia que ia explodir de dor. A zona em redor do nariz estava pesada devido ao seu nariz estar entupido o que lhe afectava os ouvidos... "Raios, raios, raios! Porque tinha de ficar doente logo hoje?" A doença não escolhe dias e nem é malvada e escolhe dias especiais, mas mesmo assim ela culpava a gripe como se de uma criminosa se trata-se.
Foi até à cozinha e começou a preparar o jantar. Deitou um pouco de liquido vermelho num copo e foi bebericando tendo consciência que o não devia fazer, misturar comprimidos com vinho não era a atitude mais inteligente, mas do modo como se sentia, mandou a consciência passear e continuou a bebericar. Tudo foi preparada ao pormenor, mesmo debaixo de uma sensação de mal estar constante. Decidira que ia tentar ao máximo. Amanhã podia ficar de cama, amanhã podia ficar com febre e tosse enfiada nos seus lençóis, mas hoje não!
Sem saber bem porquê, decidiu fazer uma açorda de marisco para os dois seguida de uma carne no forno com batatinhas assadas e legumes salteados. De sobremesa uma mousse de chocolate caseirinha porque ele adorava, e diga-se de passagem que ela também.

A noite chegou e a hora dele chegar também. Abriu a porta de semblante tristonho mas linda de morrer, ou pelo menos assim lhe pareceu a ele, que a olhou de alto abaixo e sorriu. Abraçaram-se e beijaram-se mesmo depois de ela ter negado com medo de lhe pegar tamanha gripe. Ele não se importou. Preferia mil vezes passar aquela noite assim, com ela doente e arriscar uma gripe, do que em outro lugar qualquer. Sentaram-se à mesa e desfrutaram do jantar, calmo, ao som de uma música suave e romântica e à luz de velas. Sorriram, conversaram, pegaram nas mãos um do outro, beijaram-se...
Depois refugiaram-se à frente da lareira, tapados com uma manta castanha e peluda, cada um com um copo na mão e a garrafa pousada bem perto da lareira para ir aquecendo naturalmente... Ele pôs-lhe o braço em volta dela e aconchegou-a mais para si. Naquele momento ele era o seu porto seguro, o local onde ela queria ficar até não poder mais. Amavam-se! E amaram-se ali, em frente daquele lume que crepitava e bailava como que ao som daquela musica suave e adormeceram e nem deram pela meia noite chegar. Lá fora muitas pessoas gritavam e faziam barulho e recebiam o novo ano cheios de esperança de uma vida melhor, dançavam, batiam com tampas de panelas, deitavam foguetes e assim ficaram até o frio da noite lhes bater à porta. Uns voltaram para suas casas, outros partiram para locais de entretenimento. Mas eles os dois apenas dormiram, o sono dos justos, abraçados e quentinhos. Assim ficaram até ao outro dia, o primeiro daquele novo ano e o primeiro das suas vidas em conjunto.

Histórias do meu imaginário! - Mundos Imaginários!


1ª História
-Mamã? Chamou a pequenita...Mamã?
A Mamã apareceu no seu pijama branquinho à riscas laranjas...
-Diz filhota, o que foi?
-Sabes que ali, ao pé da janela há uma porta mágica... Sentou-se na caminha pequenina e apontou com o seu dedinho gordinho.
-Ai é? E o que há atrás da porta? Notoriamente aquela princesa não tinha sono e queria brincar.
-Não posso dizer mamã... é segredo! Sorriu, encolheu os ombros e pôs a mão na boca a tapar os seus dentinhos branquinhos que já tinham começado a cair.... Se te disser como é depois se calhar desaparece...
-Então é melhor não dizeres! Disse a mãe enquanto lhe puxava as cobertas para cima e lhe dava um beijo na testa de boa noite, de novo... Toca a dormir princesa. Pode ser que lá voltes hoje.
A pequenita sorriu de novo e aconchegou-se bem nos seus lençois quentinhos e cor de rosa. Esperou a sua mãe sair do quarto e num ápice destapou-se e saiu da cama. Pé ante pé, descalça e de camisa de dormir, foi até à porta imaginária. Quem visse de fora nada via, era apenas uma parede como tantas outras, pintada de cor malva... no entanto quando a pequenita estendeu a sua mãozinha sapuda, uma maçaneta dourada surgiu do nada... Tinha olhinhos e boca e expressão bondosa e disse baixinho...
-Só tu podes entrar.
 Só tu podes saber.
 Só tu tens o poder.
 Só tu podes sair... e a porta surgiu brilhante e branca de uma parede vazia.
A pequenita já a tinha visto antes mas nunca se cansava de admirar e abria muito a boquinha de espanto. Rodou a maçaneta com cuidado, abriu a porta e uma luz rosa iluminou o seu quarto. Abriu-a mais um bocadinho e, olhando para a porta do seu quarto que sua mãe tinha encostado, passou para aquele mundo encantado. Borboletas de lindas cores surgiam de todos os lados, pairavam em cima da sua cabeça cor de mel e pousavam na pontinha do seu nariz. A pequenita ria-se muito porque lhe faziam sempre cócegas. Umas eram grandes, outras pequeninas, tinham as asas de mil cores e parecia que alguma criança as tinha desenhado porque tinham bochechas redondinhas e estavam sempre a sorrir. Ali não havia frio nem calor, tudo era muito colorido e parecia um desenho de criança. O sol tinha olhinhos, nariz, boca e bracinhos e fazia-lhe adeus lá de cima. As nuvens eram azuis muito clarinhas e bailavam no céu, de encontro umas às outras e riam-se muito e largavam gotas de água que não molhava e nem se desfazia quando tocavam o chão. As gotinhas de água também tinham olhinhos e boca e perninhas e bracinhos muito pequeninos e assim que chegavam ao chão, corriam logo para um elevador dourado que as levava de volta para o céu e as depositava nas nuvens. Passavam assim os seus dias como se de um parque aquático se trata-se. Gostavam muito de escorregar no Sr Arco-Íris. Deitavam gritinhos eufóricos e desciam juntas, cada uma na sua cor até ao chão. O azul era mais rápido que o amarelo e o verde mais acidentado que o laranja. A pequenita batia palmas e dava pulinhos de alegria, e enquanto pulava ia ficando mais pequenina. Depois corria de mãos dadas com duas gotinhas e subia no elevador e descia pelo Sr Arco-Íris. Quando se fartava da brincadeira dizia adeus às suas amigas e ia visitar o Sr Caracol. Divertia-se muito a empurrá-lo porque era muito lento e demorava um tempão a chegar de um lado para o outro. Tinha um chapéu de palha por onde saiam os seus "corninhos" que ela já sabia ser os olhinhos. Em volta um cachecol às riscas de várias cores, muito grande. Tão grande que o arrastava atrás de si. A pequenita sempre se interrogava porque andava o Sr Caracol com um cachecol já que ali nunca estava vento nem frio. Empurrava-o com os seus bracinhos pequeninos e com quanta força tinha mas não fazia diferença, o Sr Caracol movia-se sempre à mesma velocidade e parecia contente com isto. Dizia-lhe adeus e antes de o deixar dava sempre uma dedada num dos corninhos só para o ver encolher e depois voltar ao normal. Ria-se porque o Sr Caracol também se ria. Fazia-lhe lembrar o avozinho porque ela, tão traquina que era como qualquer criança, fazia muitas tropelias ao avozinho e ele apenas se ria e nunca se zangava. As árvores eram doces, aliás, eram chupa chupas gigantescos cheios de cores e sabores e os passarinhos passavam o tempo a lambe-los o que lhes provocava muitas cócegas e os faziam rir. Então era vê-los a tremer de riso e pareciam que se mexiam...e mexiam mesmo, tiravam as suas raízes da terra e desatavam a correr para outro lado a tentar fugir dos passarinhos. Tinham ténis vermelhos nas suas pernas palito e corriam muito depressa, curvados com o peso das cabeças de árvore coloridas. Quando chegavam onde queriam, voltavam a enterrar as raízes ténis no chão e fingiam esconder-se, como se isso fosse possível, dos amigos passarinhos. Até onde a vista alcançava, via-se relva verdinha que baloiçava como se houvesse vento, mas na realidade a relva estava a dançar ao som das abelhas que andavam muito atarefadas a beijar papoilas muito vermelhas e muito sorridentes.  Era um quadro digno de se ver. As cores vibravam e a pequenita punha-se a correr para ver as abelhas carregadinhas de pólen colorido. Quando lhe passavam por cima, chovia pólen de todas as cores e a pequenita virava a sua cabecinha para o céu e fechava os olhos e estendia a língua de fora porque o polén era doce e tinhas muitos sabores. Morango, laranja, chocolate, caramelo... Curiosamente todos os sabores que mais gostava. Ela dançava por uns momentos com a relva e depois corria até uma colina que em vez de ser verde ou castanha era vermelha e tinha círculos pretos. Subia para as costas da D Joaninha e cavalgava pelo reino mágico. D Joaninha tinha muita paciência para ela. A pequenita contava-lhe o seu dia a dia e quando tinha problemas lá na escolinha, era á D Joaninha que ela contava. A D joaninha nunca lhe respondia ou dizia se se tinha portado mal ou bem. Limitava-se a ouvir e a acenar com a cabeça como quem entendeu o que ouviu. Era parecida à sua avózinha, grande e gorducha sempre pronta para lhe dar mimos e para ouvir as suas histórias mirabolantes. A pequenita acabava por dar as próprias opiniões e respostas às questões que a incomodavam ou achava curiosas. Quando achava que já sabia o que queria, escorregava pela D Joninha abaixo, tentava dar-lhe um abraço sem nunca conseguir abranger todo o corpo da D Joaninha e continuava o seu caminho por um carreiro amarelo que parecia nunca ter fim. Enquanto caminhava ia cantando e dançando e dava voltas e voltinhas de braços no ar como uma bailarina. Às vezes apareciam notas musicais à sua volta que também elas rodopiavam sobre si mesmas e à sua volta e pareciam saber sempre a música ao som da qual a pequenita estava a dançar. As notas batiam palmas com mãos muito pequeninas ao mesmo tempo que deixavam sair os seus sons, uns agudos, outros graves. A pequenita seguiu pelo trilho e encontrou um lago de águas cristalinas onde se podia ver como se de um espelho se trata-se. Peixinhos de todas as cores nadavam por ali, uns saltavam da água ao vê-la lançando mais gotinhas que depois corriam a dar um mergulho de volta ao lago.A pequenina tinha medo de nadar, ainda não tinha aprendido e tinha medo de lá cair. Mas uma cegonha de cor salmão e barbas brancas que por ali estava apenas apoiada numa perna, convidou-a a saltar para o seu dorso e com grande alarido levantou voo e voou em voo rasante sobre as águas. De inicio tinha medo de cair mas depois e muito entusiasmada batia palmas e dava gritinhos de satisfação ao ver de cima os peixinhos todos com as cabeças fora de água a olhar para cima e a vê-la passar. Entoavam uma musica de embalar que lhe lembrava o seu pai a trautear, quando a estava a ensinar a nadar no mar tão grande. Ele cantava porque sabia que a música a acalmava. De repente a pequenita desiquilibrou-se e escorregou pela  D. Cegonha abaixo e antes sequer de ter medo, a pequenina foi salva pelos braços do Sr Vento que não fazia vento mas gostava de por ali andar a visitar os peixinhos. Os olhos do sr Vento pareciam-se mesmo com os do seu pai, grandes, azuis, tão azuis que quase pareciam fundir-se com a cor do céu. O Sr Vento ria e dava voltas no ar com a pequenina nos braços bem aconchegada e muito suavemente foi coloca-la numa ilha no meio do lago branca ás riscas laranjas, que afinal eram fitas de embrulho aveludadas. A ilha era muito pequenina, quadrada como uma ilha não devia ser. As fitas mais pareciam escorregas fofinhos e a pequenita começou a bocejar. Ao longe viu surgir um menino com asinhas de penas brancas e fofinhas. Era o João pestana assim chamado porque os seus olhos eram grandes, castanhos e com umas pestanas enormes que lhe davam um ar muito engraçado. Vinha devagarinho, muito devagarinho mas vinha descendo sobre a pequenita que se deitou naquelas fitas tão fofinhas que pareciam estar a afagar-lhe o rosto, tal qual sua mãe lhe fazia para a adormecer e sentiu um beijinho no alto dos seus cabelos cor de mel.
A mamã tirou a sua pequenita do colo e voltou a deitá-la na cama.
Tinha ouvido um barulho vindo do quarto dela e voltou a lá entrar. A pequenita dormitava no chão, muito enroscada junto à janela e sua mamã pegou nela e sentou-se naquela caminha verde cheia de bonecos coloridos e passou-lhe a mão nos seus cabelos  e na sua pele branca e rosada e deu-lhe um beijinho na testa. Ficou a pensar como teria a sua pequenina ido parar ali, fora da cama, ao pé da janela, ao pé da porta mágica... Que saudades tinha de lá entrar, mas já era crescida e agora era a vez da sua princesa sonhar e entrar no reino da imaginação. Riu-se olhando mais uma vez o seu tesouro mais precioso e foi fechando a porta ao mesmo tempo que dizia.
-Só tu podes entrar.
 Só tu podes saber.
 Só tu tens o poder.
 Só tu podes sair...



Férias na Praia - Vacations in Sunny Algarve!

Ora para aqueles que preferem ir para fora cá dentro, deixo aqui um link para um apartamento giraço, em frente à praia que eu estou a gerir... faz parte da minha luta contra a falta de dinheiro de que vos falei... Ainda há disponibilidades para Maio,Junho, Julho, e Setembro. Em Agosto apenas uma semanita. Para verem mais fotos carreguem no link.

Férias no Algarve em apartamento T3, mesmo, mas mesmo em frente à praia!

For those of you that love the beach and total relaxation, check this appartment just 1 minut await from the beach, with 3 bedrooms. You will love it. I am managing it so just check out the link above!

RIP às Férias da Páscoa - parte 2

Bem só para dizer que no final das continhas, no último dia das férias, isto é no domingo à noite, estando D. Pimpolha deitadinha, resolvi aprofundar a sua mochilinha da escola e, qual o meu espanto quando, misturado com desenhos e mais desenhos encontro:
          - Um teste que D. Pimpolha deveria ter mostrado até porque teve boa nota mas que ficou esquecido no fundo da mochila e por isso mesmo estava com um aspecto mesmo bera, rasgado e todo amarrotado,
          - Uma pasta feita por ela e pela professora contendo trabalhos que ela tinha realizado até à Páscoa e que obviamente vieram para casa para que os papás a vissem e muito orgulhosos se sentissem,
          - O livro de alemão e o livro de português...
Ora na primeira semana de férias, Dom Maridão e eu resolvemos que D. Pimpolha teria a semana livre de estudos e como tal não vasculhámos a mochila à procura de coisa nenhuma, mas na segunda semana perguntei pelos livros que lhe tinha pedido para trazer para poder estudar, ao que D. Pimpolha respondeu um sonoro Uppsssss  acompanhado de um encolher de ombros, tal como disse no outro post, mas que não me desmotivou a fazer eu própria uns trabalhinhos... Qual não é o meu espanto quando, precisamente no último dia de férias, de dentro da mochila saem os ditos livros desaparecidos... Bem dei-lhe uma "belinha" na testa em sinal de totó mas não fiquei chateada pois tinha estudado na mesma. Mas quando vi o teste naquele estado, um teste que ela disse ter orgulho por ter tido uma boa nota e a pasta, fiquei passada e pronto. Está de castigo! Bem e para juntar à festa, antes do jantar tinha-lhe pedido que fosse arrumar umas gavetas e uns armários que tinha por acaso aberto e caí de rabiosky no chão ao ver tamanha bagunça, mas D. Pimpolha não conseguiu arrumar a tempo do jantar e o estado daquele pequeno quarto à hora de dormir, era deveras lastimável!!!! De castigo ficou e no primeiro dia era ponto assente que chegaria a casa e iria logo arrumar o seu quarto massssss....como o dia estava tão bonito, hoje já chove, lá a deixei ir andar de patins, a sua grande paixão. O prometido é devido e antes do jantar, chamou-me para ver a sua bela proeza. Quarto todo arrumadinho! Dentro do armário estava mais ou menos. Parece que o armário ergue uma barreira e não a permite arrumar aquela desarrumação, mas já fiquei bastante contente com o seu empenho, que aliás já aqui disse, ser notável quando lhe apetece.
Primeiro dia de aulas ok! Correu tudo bem, abraçou todas as amigas e veio feliz e contente para casa. Espero que assim se mantenha.

domingo, 7 de abril de 2013

HomeMade - É para vender ou é para a troca?

Cada vez penso mais que tenho de ir por essas terras fora começar a cultivar a minha hortinha... Cada um dos meus amigos já o começou a fazer e é giro vê-los a falar das cebolas e das couves e dos nabos e espinafres e afins... falam com orgulho porque foram eles que os plantaram e tomaram conta, porque no fim, quando os vão saborear sabem melhor, não por serem melhores o que com toda a certeza serão pois são cultivados com carinho e livre de pesticidadas e coisas que tal, mas porque é deles, porque semearam e colheram o seu trabalho... Ainda ontem fui com uma amiga buscar favas. Embora de burra eu não tenha nada, o que é facto é que ainda lhe fiz umas perguntitas sobre como fazer, como descascar, sei lá... A minha geração está mais que habituada a ir ao supermercado e comprar o já preparado, o já descascado e o já congelado, mas hoje em dia em que tantos jovens casais se estão a virar para a agricultura, é giro aprender estas coisas, que não têm nadica de nada de especial mas que vamos esquecendo por força da vida que vivemos. Hoje vou mais vezes à praça comprar directamente ao produtor do que vou ao supermercado. E D. Pimpolha acha o máximo ver aquelas verduras todas e frutas todas... às vezes aparece por lá uns galos ou galinhas vivas e ela pergunta porque ali estão e fica a modos que espantada por perceber que estão ali para serem mortas e depois irem parar à panela. Para ela é difícil de entender a relação daqueles bichos vivos e dos que lhe ponho no prato já cozinhados e prontinhos a comer... Frango é só aquela carne que comemos, para ela não eram as galinhas que víamos no mercado e que, assim que soube o seu destino, ficou tristinha mas entendeu que a vida é assim mesmo. Cada vez oiço mais gente a partilhar viveres. Hoje oferecem-me uma abóbora, amanhã umas laranjas ou umas favas e eu, que tenho eu para oferecer se não tenho horta??? Bem lá vou fazendo umas compotas com o que me dão e depois ofereço a dita cuja já feitinha, sem corantes e sem conservantes mas tão ou mais gostosas. Lá por casa já não se compra mais doce de supermercado. Faço eu e Dom Maridão adora e eu também que não passo sem um pequeno almoço adoçado com doce da casa (verdadeiramente). 
Deram-me umas laranjas e resolvi espreme-las atá ao tutano, que é como quem diz, fiz sumo e com a casca da laranja que sobrou, fiz compota de casca de laranja e que bom que ficou. Ainda fiz um bolo e mais doce de laranja. Aquelas não se estragam de certeza. 
Como as coisas estão é bom  ver as pessoas a aprender a viver e a bem comer e a melhor cozinhar. Com 3 bifes de frango ou de peru ou mesmo de vaca, fazemos lá por casa uma almoçarada que ainda sobra para mais uma ou duas refeições porque aprendi a poupar e a fazer render... É bom, muito bom porque como temos de acrescentar uns legumes, a refeição fica muitíssimo mais saudável do que quando pegava nos mesmos bifes e apenas fritava ou grelhava... A vida está assim! É preciso sermos espertos e saber dar a volta à coisa para que os nossos filhos não passem fome e em especial para que eles saibam como fazer quando for a vez deles, quando forem mamãs e papás. A crise ao menos serviu para isto. Para nos emendarmos e reaprendermos a viver, nem que seja pelos nossos cozinhados. 
Bolos lá por casa, só caseiros, doces caseiros, só me falta fazer pão e pronto ( só não faço porque dá uma trabalheira deixar levedar para crescer e eu cá gosto de fazer e não esperar mais que o necessário para o coser... mas qualquer dia dá-me na veneta e também já nem pão compro!). Fora os comes, já não compro mais bandeletes para a melena de D. Pimpolha, ela escolhe as cores e os bonecos e eu faço, malinhas rikikis feitas de trapillo para a praia ou lápis ou desenhos, também passaram a ser feitas pela mamã aqui. Até os ditos tererés que tanto êxito tem tido nos verões, passam a ser feitos em casa que eu também já aprendi a fazer. Homemade passou a ser o meu lema desde que tudo isto começou e que muito tem feito rir Dom Maridão que tão bem me conhece e sabe que o meu lema era mais do tipo, comprado é que é bom. Pois mudei! Hoje penso o contrário,por força das circunstâncias mas muito satisfeita estou. Tenho procurado outras fontes de rendimento para fazer face à crise e devagar as oportunidades têm surgido ou vão surgindo. Não me paga as dívidas, e nem me repõe o sono ou me leva as insónias, mas dá-me a sensação de estar a fazer algo para combater... mesmo que por vezes sinta como uma batalha perdida... ao menos vou tentando como posso... 
E por isto tudo está visto que tenho mesmo de arranjar um cantinho de terra para plantar os meus viveres, mais que não seja para a troca!

As férias finaram-se... RIP às férias da Páscoa...

E prontinho! Lá se acabaram mais umas férias de D. Pimpolhita! Está na hora de deitar cedinho e arrumar os muitos brinquedos que desarrumou nas férias e arrumar a mochilinha da escola, tarefa super fácil já que D. Pimpolha se esqueceu de trazer para as férias, os livros da escola para estudar um bocadinho. Mas se pensava que aqui a sua mamã não lhe arranjava nadica para estudar, enganou-se! Lá fez a tabuada, continhas, cópias em português  e alemão e mai nada! 
As férias não foram passadas em nenhum sítio especial, nem a fazer nada de especial. Foram passadas por aqui mesmo, entre papás e avós, tardes no café com novas amiguinhas e umas quantas pedaladas quando o solzinho aparecia, sim porque esta Páscoa foi muito molhada e fria...
Agora volta a rotina de deitar cedo e cedo erguer para conquistar as palavras e os números na escolinha e ser cada dia melhor! Há quem acredite que nas férias devemos rumar a outras bandas para descansar.. pois nós a viver no sítio de férias de muitas portugueses, não temos de rumar a lado nenhum. Basta-nos sair de casa e desfrutar... Pois foi assim a nossa Páscoa! Poucos chocolates que D. Pimpolha está a ficar roliça (falta de desporto e possibilidade de correr e brincar na rua por causa da chuva...) e poucas amêndoas que o dinheirito não abunda para irmos a correr ao dentista com dor de dentes, aliás até é melhor assim...
Mas não me soube a Páscoa... faltou qualquer coisa... se calhar foi mesmo o sol... a ver vamos como fica este abril... mas lá diz o ditado, Abril Águas Mil!