segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A saga dos Fatos de Treino!!!

Graças aos céus o fim de semana já terminou! Sou daquelas que em vez de gostar dos fins de semana, abomino mas só porque é aos fins de semana que me aborreço mais com o transito porque os senhores idosos e outros não tão idosos resolvem passear o carro pela cidade, e no caso do Algarve, pelo Algarve todo! É vê-los mais às suas senhoras, a quem chamam carinhosamente de suas patroas (a mim agrada-me esta expressão pois demonstra que têm plena consciência de quem é que manda lá em casa...lol) a guiar a 30 à hora e a olhar pela janela fora... " Olha Maria, a erva já cresceu mais um bocadinhos desde o último fim de semana...". Há também os estrangeiros que munidos de carros alugados e mapas ou gps, tentam, qual Cristovão Colombo, redescobrir o Algarve em apenas uns dias e como tal e porque sinalizações nem vê-las, andam para trás e para a frente bem devagarinho a tentar ler as poucas tabuletas que existem... Fico possessa com estes domingueiros/estrangeiros porque se esquecem que há quem trabalhe ao domingo e tenha pressa de chegar...
Depois é vê-los em plena romaria até ao centro comercial mais próximo, sim porque o Português que é Tuga adora andar em Romaria e nos Centros Comerciais!!!
Depois de alguns anos a viver por estas bandas apercebi-me de uma diferença abismal entre os fins de semana lisboetas e os algarvios. A roupa que se veste ao fim de semana é totalmente diferente!
Em Lisboa, se temos a infeliz ideia de ir até ao Centro comercial Colombo, é vê-los mais às suas senhoras e filhos e/ou netos de fatinho de treino novinho em folha, sabem daqueles que fazem zip zip quando a pessoa anda e têm um risquinha, normalmente branca na perna de lado, e ténis branquinhos porque nunca na vida dos ténis passaram por alguma actividade que implicasse serem usados da maneira que foram destinados, a fazer exercício físico! O pai geralmente tem um fato de treino preto ou azul, a mamã um rosa ou branco pois são as cores que melhor ficam com a sua pochete de fim de semana e os filhotes são multicor conforme as idades dos mesmos... Se nunca repararam experimentem ficar sentados naqueles sofás fantásticos que o centro agora colocou, mesmo na praça central e fiquem apenas a observar os ditos a chegar em magotes e todos juntos a fazerem zip zip zip! Que raiva me mete quando me dizem que é mais fácil vestir o fato de treino que outra coisa qualquer! Tenham dó!!! Fazemos exactamente os mesmos movimentos para vestir umas calças normais e umas de fato de treino, mas após pensar um pouco dei-me conta que já percebi o verdadeiro motivo porque vestem o dito fato de treino. Assim podem finalmente respirar! É dito e sabido e, pior, observado que os homens e mulheres andam hoje em dia e durante toda a semana, apertados até aos ossos que é para não fazerem má figura! Pois! Como se não houvesse lá por casa espelhos... assim ao fim de semana podem comer à vontadinha porque a indumentária já não os aperta e se apertar, é só desapertar os cordões da cintura...é que desapertar o cinto e as calças fica muito mais feio!
Tenho uma amiga que costumava ir levar os miudos à escola toda catita, de leggins da moda, ténis gigantescos e imaculadamente brancos, uma sweetshirt e mais um casaco de treino de feichinho cor de rosa e rabo de cavalo. Claro que quem a via de manhã podia ser levado a pensar que dali a senhora ia directamente para uma aulinha de step ou body combat, mas o problema é que à hora de ir buscar os filhotes, a minha amiga voltava a apresentar-se com a mesmissima indumentária e nem um fiozinho de cabelo se apresentava fora do sítio, nem a maquilhagem ligeiramente desbotada do suor dispendido na dita aula, logo se chega à conclusão que não foi ao ginásio. Andou foi assim o dia toda a enganar o pessoal!!! É parecido com aquela situação das criancinhas que vemos chegar vestidas para a equitação, de botas e tudo. Ora quem anda mesmo na equitação tem quase sempre as botas sujas de terra, lama, suor do cavalo (e quem já andou ou anda sabe que embora estes sejam dos animais mais lindos, deitam cá um cheirete que depois de lá termos estado em cima somos obrigados a ir tomar uma banhoca imediatamente ou ficamos a cheirar a cavalum...), mas estas crianças conseguem aparecer sempre imaculadas! Quem tem filhos sabe perfeitamente que os miudos nunca conseguem estar perfeitamente imaculados!

Ora pelos Algarves a coisa muda de figura! Aos fins de semana e se também tivermos a ideia infeliz de ir até ao Algarve shopping, observamos dois tipos de pessoas, na realidade até podemos observar 3...
1) Os Estrangeiros. Eles com as suas t-shirts de cor azul, branco ou rosa bebé e calções beges e chinelos e meias sem uma pinga de frio e elas, com as suas t-shirts a condizer com o marido, azuis, brancas ou rosas calções e /ou calças beges (por vezes vão de vestidinho mas os tons são sempre iguais), e chinelos sem meias ou uns ténizinhos catitas tipo Keds...
2) Os Algarvios de gema. Eles com as suas calças de sarja, as melhores que tinham lá em casa pois afinal é fim de semana, uma camisa às riscas ou aos quadrados, um pullover geralmente bordeaux ou azul escuro por cima já muito cossado porque afinal de contas não vale a pena comprar outro e com a crise muito menos, e um boné!!! O que eu adoro o boné!!!Pode-se tirar o homem do campo, mas não se pode tirar o boné do homem algarvio...! Elas, bem ao longo destes anos elas têm vindo a modernizar-se mas ainda se conseguem ver, senhoras com as suas malonas cheias de tralha que depois insitem em colocar a tira-colo (cá está mais uma expressão engraçada, deve ser a tira ao colo???, enfim), calças e/ou saias, meias grossas e sapatos dignos das suas idades, aqueles fechados e com um bocadinho de salto e normalmente pretos, camisolonas grossas por cima duma camisinha branca, cabelinhos bem arranjados cheios de caracois e óculos. Mas já se vai vendo umas com ténis que os filhos da cidade lhes ofereceram e elas só usam, adivinhem, aos fins de semana... Por este andar e antes de passarem desta vida ainda as vamos ver de fatinho de treino rosa!
Para quem mesmo assim não sabe quem é quem, os estrangeiros andam sempre de mão dada tal qual namorados e sempre com cores muito suaves mas, nevertheless, com cores, ao passo que os algarvios andam sempre com cores escuras porque afinal é inverno!
3) Os Lisboetas. O que é engraçado é que, quando no Algarve, sucede um fenómeno giro, que é, não usam o Fato de Treino!!! Ou vestem-se com pólos de marca e calças de ganga e sapatos de vela, junto com os blusões típicos de vela ou, e isto dá-me cabo dos nervos, o belo do fato de banho!!! Imaginem a figuraça! Calções de banho às riscas, normalmente bordeaux ou azul, ou às flores e uma t-shirt com um pólo por cima e os...sapatos de vela ou para os mais afoitos e porque isto é afinal o Algarve, com as havaianas! As meninas, como é óbvio em pleno época de inverno, não dá para andarem com o bikini de fora porque está frio, mas vêm de vestidos compridos de verão ou então, de calças de ganga e t-shirts com um blusão a condizer, e diga-se de passagem são as que estão melhor vestidas!!!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Paz de Espirito!



Paz de Espírito acontece algumas vezes na nossa vida, em que de repente damos por nós a contemplar um pôr do sol sem pensar em mais nada a não ser naquele espetáculo da natureza, mente vazia embuida apenas do calor e da beleza. Mas paz de espirito também acontece em casa, no escurinho, debaixo de uma manta azul muito fofinha, quando a nossa mais que tudo, a nossa pimpolha, vem pé ante pé enroscar-se a nós, colocar o seu bracinho pequenino e frágil à nossa volta e dizer-nos ao ouvido bem baixinho " Mamã eu Amo-Te!"

Eu também te amo pimpolha!!!... : )

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Indo eu, indo eu a caminho de...

Agora aos Domingos arranjei mais uma coisinha para fazer uma vez que pelos vistos, tenho pouquinho que fazer agora... como se diz, arranjei sarna para me coçar!!! ( esta é outra daquelas expressões da qual me interrogo...). Até Março vou eu e a pimpolha a caminho da, por mim chamada, Escolinha de modelos! A pimpolha é uma giraça e como tal neste Natal passado fizemos um Book que ficou muito giro e atraiu a atençao de uma agência do norte e daí entraram em contacto com a mamãzinha aqui para ela ir fazer um cursozinho de modelos... Mamãe babada!!! Claro que no dia do casting, pimpolha foi muito fashion e bem penteada e quando lá chegamos e foi a nossa vez de entrar, pus o cabelinho de novo em ordem e voilá! Fez passerele toda desengonçada. como ela achava que uma modelo devia fazer, depois foi a vez de tirar fotos, aí brilhou já que a sua mamãzinha adora tirar o seu retrato e por último, a pimpolha teve de dizer umas frases como que a vender um copo de água, a ver se também podia fazer comerciais... foi de ir às lágrimas! O que disse foi imperceptivel além de corrido, eu que estava mesmo ao seu lado não pude me conter e comecei a rir. Não foi uma manobra inteligente pois se há coisa que esta míuda detesta é que se riam dela, faz logo birra com direito a bater de pés, braços cruzados e olhar de má! Vá lá, como estava nervosa nem me ligou e ainda tentou mais uma vez, um pouco mais pausadamente mas... temos de treinar em casa, está visto. Passou no casting e agora lá vamos nós a caminho da escolinha todos os domingos... E perguntam vocês, mas afinal de que se trata? Pois n o primeirissimo dia teve aulinhas de passerele e no fim os pais têm direito a assistir a evolução dos muitos pimpolhos que lá estão. Escusado será dizer que logo por azar, ou sorte, ficou emparelhada com uma pequenina, ainda mais pequenina do que ela que teve imensa vergonha e então, colou-se à pimpolha e literalmente pendurou-se nela. Resultado começaram as duas a rir, aqueles gigles próprios de meninas de tal maneira que os pais todos, que até ali tinham estado muito calados e se limitavam a bater palminhas, tambem se desataram a rir enquanto eu só abanava a cabeça e dizia para mim mesma: "Tinha de ser!"... Na segunda aula foi brindada por Etiqueta! Aprenderam a comportar-se à mesa, que talheres e copos usar, a limpar a boquinha com o guardanapo e como sentar direitinhas na cadeira... tiveram aulinhas com Sra Dona Ana Maria Lucas e tudo... a última aula foi de psicologia onde fizeram jogos. Pimpolha teve de dizer do que gostava e do que não gostava, então disse que gostava da sua mamã e de brincar com ela, do papá, da sua avó e de ir passear com a sua cadela, e que não gostava quando a mamã se zangava e de serpentes e aranhas e dos bichos maus da natureza...ok! Ficou foi muito impressionada com uma menina que disse que não gostava dos seus pais porque eram velhos e feios...? Graças aos céus que a menina não era a minha!!!

Ai as minhas cruzes...

Olha que esta ... Nunca fui de praticar desporto, aquilo de ir para um ginásio e malhar até à exaustão não é definitivamente para mim! Não gosto de suar e em especial odeio ir sozinha! Sim claro, é sempre possível encontrar uma amiga disposta a perder uns kilinhos connosco, mas a vida é ocupada e às páginas tantas, uma não pode ir por causa do miúdo que está doente, outra porque tem de ficar a trabalhar até tarde, outra porque tem a casa num total caos e tem mesmo de a arrumar...enfim, desculpas destas nunca têm fim. Resultado, pagava a jóia de um ginásio qualquer e nas primeiras semanas ia religiosamente até um dia em que estava frio ou que por qualquer motivo não conseguia ir e pronto, começava a faltar até deixar por completo porque depois já não conhecia as rotinas das aulas, já tinha falhado a aprendizagem de um passo de step qualquer e como odeio fazer figura de ursa, já não ia...ou então e esta é a desculpa mais clássica e atrasada mental de todas, não voltava a malhar até ter perdido os kilinhos a mais que tinha engordado num fim de semana qualquer, ou durante as festas, por vergonha de lá chegar e em vez de estar mais magrinha e tonificada, estava era mais balofa e redondinha!!! E quem nunca passou por esta desculpa levante o dedo no ar...
Correr para mim é uma autentica tortura chinesa, sou pesada, ou por outra, os ossos é que são pesados, ora essa, e começa a dar-me a dor de burro e pronto, caiu num banco de jardim qualquer a hiperventilar, de cabelo em desalinho e a lutar por acalmar o coração e a respiração... Ia algumas vezes com uma amiga correr, escusado será dizer que ela dava umas quantas voltas e eu ao fim da primeira ou, se tivesse sorte e até estivesse para aí virada, ao fim da segunda volta sentava-me no dito banco e apenas lhe acenava quando a via passar, tão lampeira e composta! E notem eu apenas lhe acenava porque era completamente impossível falar tal era a falta de ar...
Nadar é talvez o único desporto que eu fazia sem refilar pois a sensação de estar na água é maravilhosa, não fosse ter de andar sempre bem depilada e de encontrar um raio de um fato de banho de natação que não apertasse tanto e mostrasse tanto os pneus michelin! Claro que lá ia eu, a fingir olhar para o relógio, a encolher a barriga até chegar e entrar na água e poder ser finalmente eu. Mas no fim de contas também isso deixei pois, o pavilhão era longe, demorava uma data de tempo. Entre chegar, vestir fato de banho, enfiar toda a tralha no cacifo, nadar uma horinha e depois, tomar banho, secar o cabelo naqueles secadores do inferno que não secam nada, voltar a tirar a tralha do cacifo e vestir...leva uma carrada de tempo! Além de que, a nadar começo sempre, e como em tudo, com todas as minhas forças e a meio da hora já estou a arfar! depois, para entrar na água não podemos ir maquilhadas e nunca me lembro de levar os produtos para me maquilhar a seguir de tomar banho e então saio de lá super cansada, com vontade de me atirar para um sofá qualquer e morrer para o mundo, cabelo mal lavado e mal seco e sem maquilhagem nenhuma, ou seja um susto!!! Pelo menos para mim.
No Ténis ainda me aventurei quando era bem mais novinha e até tinha futuro, segundo o meu professor, mas implicava correr à brava atrás de uma bola ao sol escaldante e...também deixei. Às vezes ia de sainha de ténis que era para ter desculpa para não fazer uns abdominais quando me recusava a correr à volta do campo e era esse o meu castigo..." So sorry! Não posso professor porque estou de saia e não convém!!!..."
Acho que a culpa desta molenguice não é minha e sim de um professor de ginástica que tive nos meus tempos de escola, que era um querido, note-se, mas que protegia algumas meninas que ele achava graça, e eu sempre fui muito engraçada...ahahah! Em vez de me obrigar como aos outros a correr e saltar e sei eu lá mais o quê, dizia que eu podia ficar sentada a ver os outros, claro que para isto eu me queixava de que me doía a barriga, ou que estava com dores de cabeça, enfim... Resultado: Eu não corro!!!E nem mais nada!

Mas agora e depois da pimpolha começar a praticar patinagem em linha de velocidade, fui, eu e outros pais, convencidos que era desta que íamos praticar um desporto que podíamos partilhar com os nossos filhotes... Pois!!!
Lá fomos nós, comprar os patins, o capacete que nos põe um ar ridículo, joelheiras, cotoveleiras e protecções para as mãos, e mais protecções houvessem, mais eu comprava. Claro que nenhuma destas coisas me impede ou impediu de dar uns valentes trambolhões que deixaram a bundinha dorida durante vários dias, o pior foi uma queda de joelhos que ainda hoje me faz doer... Agora ando como a pimpolha, cheia de nódoas negras e joelhos feridos e até já ando a pensar comprar daqueles sprays dos jogadores para evitar os inchaços... Olha para o que me deu!!! E o pior é que fomos convencidos de que até tínhamos jeitinho para a coisa e fomos a modos que levados pelo professor/treinador da pimpolha a participar num torneio regional. Por isso não se admirem de ver por aí umas fotos ou quiçá videos de umas mães todas giraças e de patins nos pés...




PS - euzinha no inicio...lol

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Macho que é macho...

Ok, afinal qual é a dos homens??? Mas será possível que eu não consiga ir colocar combustível no carro e não haja uma única vez que não veja um homem a usar os papelinhos para não sujarem as mãozinhas??? Macho que é macho suja as mãos e depois limpa!!! É ou não é? Quer dizer, sei que muitos e mesmo muitos são os homens que vão ao WC fazer um xixizinho e saem de lá sem lavar as mãos, é ou não é? Confirmadissimo pelo maridão que os vê e fica escandalizado quando não o fazem, graças aos céus o maridão é ele mesmo esquisito à sua maneira pois gosta de sentir as mãos lavadinhas e sempre que tem de ir, lava as mãozinhas e eu comprovo porque ele não gosta de as secar naqueles secadores imensamente barulhentos e muitas vezes me dá a mão e ainda está molhada. Ora se não lavam as mãozinhas depois de sacudir a gaita ( perdoem-me a expressão mas sempre a achei engraçada!!!), porque raio quando vão à bomba se dão ao trabalho de ir buscar um maço, note-se que nunca levam menos de 2, para depois pegarem na pistola??? É que além de ficarem com ar ridículo, pelo menos a meu ver, demoram um tempão a colocar os papelinhos na mão de modo a não tocarem na dita pistola e depois ainda usam para fechar o tampão do carro e depois vão deitar o papelinho fora e só depois entram no dito cujo para irem pagar... tenham dó de mim que não sou macho mas estou-me pouco nas tintas para os combustivel nas mãos, aliás acho até que serve como desinfectante. O dinheiro é mil vezes mais sujo e cheio de micróbios e ninguém o maneja com papelinhos de mão...aí até na boca metem, para não falar em outros sítios... enfim!


sábado, 21 de janeiro de 2012

Laços de sangue!




Diz-se que desde o momento em que sabemos que estamos grávidas, que de imediato começamos a nutrir um sentimento de amor pelo pimpolho ou pimpolha que temos a crescer dentro de nós... será??? Comigo não foi bem assim! Tenho conversado com algumas mães e todas elas me dizem que desde o primeiro momento sentem o chamado amor de mãe, um laço inquebrável entre a mulher e aquele pequeno ser em crescimento e por isso, são muitas as vezes em que ouvimos uma grávida a falar com o seu filhote ao mesmo tempo que acariciam a barriguinha ou barrigona, conforme o tempo de gestação... Começam a tratar aqueles pequenos seres como se eles já estivessem ali mesmo, ao lado delas e elas pudessem conversar com eles e dar-lhes sermões e ouvir as respostas imaginárias... Penso que muitas há que não sentiram isto mas que por medo de serem ostracizadas nesta sociedade tão conservadora em certos aspectos, e de serem intituladas de más mães antes mesmo dos seus pimpolhos nascerem, que se remetem ao seu silêncio e dúvida e por e simplesmente fingem os tais laços sem ainda os sentirem. Pois eu tenho de ser sincera... eu não senti nada disso! Quer dizer, senti desconforto, barriga inchada, seios enormes e doridos, gazes, indigestão, como se tivesse um boi a nascer dentro de mim tal era o sentimento de ter algo enorme a crescer dentro de mim...não estou a chamar a minha pimpolha de boi, mas no dia em que tive a certeza absoluta de que estava grávida, por e simplesmente não me conseguia sentar pois sentia que já tinha uma barriga enorme e não me podia contrair, nem que fosse somente para me sentar numa cadeira... Foi até engraçado pois nesse dia tinha bilhetes para ver o musical Cats e passei-o todo de pé, a arrotar ou então sentada com os pés no assento da cadeira e o rabioski no encosto da mesma, como se a isto não se pudesse chamar sentar! Eu ia às aulinhas de pré mamã e ficava admirada com as mulheres roliças que por ali andavam constantemente com uma mão na barriga, como se a barriga ou o bebé pudesse cair se não tivessem lá a mão, e a dizer coisas como: "Ai filha! Estás a magoar-me..." ou então " Oh bebé! Tira daí o pé, cabeça, rabo..." Eu limitava-me a aceitar aquele desconforto constante e a bufar por todos os lados de cada vez que tinha de me levantar do chão... Uma vez no carro juro que tentei! O semáforo estava vermelho e eu no meu jipe pus-me a olhar para mim mesma no espelho retrovisor e dei por mim a condenar-me por não sentir, por não falar com aquele serzinho que insistia em crescer sem dó nem piedade nas minhas entranhas e me fazia ficar cada vez mais gorda ( engordei uns senhores respeitáveis 20kilos, mas a bem da verdade se não comesse desmaiava, daí não me fiz de rogada porque não queria cair redonda no chão), e coloquei a mão na minha barriga gigantesca e disse um tímido " Olá!"... e que mais? Devo ter dito algo que ouvia as minhas colegas afortunadas dizer, tipo " Ai bebé, estás mesmo grande como o caraças..." Escusado será dizer que apesar de já nesta altura chorar que nem uma Madalena arrependida por causa do raio das hormonas, desatei a rir porque achei que era completamente ridículo estar para ali sozinha a falar com a minha barriga! Nem mesmo quando tive de fazer o Amniocentese me pus a falar com o bebé, naquela altura e por não ter atendido um raio de um telefonema da clínica que me teria garantido que tudo estava bem com aquele serzinho, fiquei 2 semanas inteirinhas a pensar no que poderia acontecer se me dessem um diagnóstico desfavorável. Chorei, não comi, li livros sobre vidas passadas.. sei lá eu o que fiz até decidir que não aguentava mais e liguei para a clínica que de imediato me disse algo que me fez ter vontade de sair a correr de casa, voar até lá e esganar alguém: "Não, não! Já tínhamos ligado uma vez. Está tudo bem com o seu bebé! Como não atendeu não soube mais cedo..." Estes tipos deviam ter uma cota muito pequena para fazer telefonemas pois não se dignaram a ligar de novo para me dar esta tão necessária e esperada notícia... Enfim passou e nem mesmo depois de me confirmarem que iria ter uma menina eu passei a tratá-la por tu e pelo nome que já tinha escolhido. Confesso que lá para o fim da gravidez eu já andava mais que cansada e cheinha, não só de bebé, porque ela era messsssssmmmmmmo grande, como cheinha de vontade que o raio da miúda finalmente nascesse! Eu dizia a toda a gente que tinha uma gravidez de burra porque nunca mais acabava! Ela nasceu às 40 semanas e 4 dias e isto porque eu liguei à minha médica e disse que já não aguentava mais e ela conseguiu descolar qualquer coisa lá para baixo e eu comecei a ter perdas de liquido amniótico que me fez ficar, então, no hospital. Agora sim, ia finalmente puder ver aquele ser não tão minúsculo que me fazia parecer uma grandessíssima vaca de tão gorda que eu estava!!! Não foi pêra doce, não senhora! Passei as passinhas do Algarve ( ainda um dia alguém me há-de explicar esta expressão...???!!!). Parecia que me estavam a rasgar por dentro conforme iam e vinham as contracções e nada do que tinha aprendido no tal curso de pré mamã foi posto em prática! Eu agarrava-me a tudo o que podia para atenuar as dores e só quando me deram a epidural pude finalmente descansar. Graças aos seus, a epidural foi mesmo muita boa!!! Enfim e resumindo, a pimpolha teve de vir de cesariana pois o processo de dilatação parou aos 6 centímetros e tive de ser levada para as catacumbas para ser esventrada e tirarem de lá de dentro um bebé chorão... Quando estava eu a mentalizar-me de que talvez fosse sentir alguma coisa, voilá!!! Bebé chorão e todo porcalhão à minha frente! Estava tão drogada e completamente amarrada que nem Cristo e toda nuazinha que nem pude agarrar, nem beijar, nem nada aquele bebé que a senhora enfermeira pôs à minha frente por uns míseros segundos porque muito provavelmente tinham mais grávidas a quem tirar os bebés preguiçosos que não queriam nascer da maneira que a natureza entendeu! Logo aí se viu que a pimpolha era teimosa, primeiro não queria nascer e depois e já que foi contrariada, nasceu como quis. Nada de passar por um canal estreitinho e de ser puxada pela cabeça! Toma lá e embrulha mamã!!!
Pronto, depois vieram as preocupações de mãe acabadinha de nascer, sim porque naquela fase nascem três, o bebé, a mãe e o pai, porque de uma hora para a outra passam a ser empregados a tempo inteiro de um ser minúsculo e passam a ter de saber fazer coisas que a Universidade não os ensinou, assim de xofre!!!
Mesmo depois dela nascer, eu olhava para aquela pimpolhinha e ainda não sentia os tais laços maternais, sim queria abraçar e proteger e dar de comer e mudar a fralda, e, e, e... mas ainda não sentia aquela sensação avassaladora que pensava que ia finalmente sentir quando ela nascesse. Ainda para mais não lhe dei de comer pois estava grogue das anestesias e a pimpolha passou a primeira noite da sua vida cá fora no berçário e eu despedi-me assim um dia depois dela ter nascido das noites bem dormidas ( que é como quem diz porque isto de tentar dormir com um barrigão é obra!!!). Fui aprendendo a tomar conta dela, a fazer coisas melhor que a minha mãe, pelo menos é o que eu achava, tipo, que sabes tu mãe??? Eu sei melhor que tu porque é minha a filha... tipo daaaaaa!!!! Ela também já foi mãe, a minha! Mas eu queria lá saber... Acho que há dois tipos de recem mães, as que não sabem nada e toda a gente lhes consegue dizer o que fazer, e aquelas que como eu, acham que todos estão errados e eu é que sei melhor e fazer melhor!!!
Eu andava tão cansada que durante uns tempinhos nem me dei conta se já tinha crescido o tal laço de sangue maternal, até pensava muitas vezes que a minha filha não gostava de mim e chorava baba e ranho, as hormonas são muito culpadas disto, garanto, porque achava que ela nuca iria gostar de mim! Hoje sei que estava prestes a entrar numa depressão pós parto e que graças às pessoas à minha volta, ao meu natural desprendimento emocional e a um livro que li, consegui ultrapassar! As preocupações continuaram pois de cada vez que algo novo acontecia, assaltavam-me os medos, tal qual sombras e esqueletos a espreitar dos tais armários, de que algo não estava bem... Como vêm acho que quase não tive tempo para pensar se afinal tinha ou não criado laços inquebráveis com aquele bebé que chorava e fazia xixi e coco na fralda mais de 10 vezes ao dia e mamava muitíssimo bem ( até ao dia em que começou a preferir biberons e os meus medos e inseguranças de mamã me assaltaram de novo, enfim...)! Um dia dei por mim mais relaxada e a olhar para aquele bebé e senti o meu coração dentro do peito a ficar esmigalhado, como se alguém tivesse enfiado uma mão dentro de mim e gradualmente me estivesse a agarrar o coração e a apertá-lo, e senti finalmente que ali estavam os laços que eu tanto tinha procurado estabelecer, senti que por ela faria tudo e que nunca, mas nunca me queria separar dela...


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Querer ou não querer...um quarto de meninas...



Ontem estávamos os 3 na sala a ver televisão porque decidi "proibir" a pimpolha de ver bonecos durante a semana, daí que não lhe restou alternativa a não ser ver os bonecos da mamã... Estava a dar aquele programa americano, Extreme Makeover onde uma equipa de homens e mulheres resolvem fazer ou refazer uma casa para quem não tem, ou se tem não tem condições para criar os filhos por ou estes serem doentes, ou por as casas estarem tão degradadas que não têm condições para lá viverem... Já vi várias vezes e claro que é mesmo à americana, a quem não tem casa, nunca teve ou a que tinha era uma miséria, dão, ou por outra, constroem autênticas mansões que me fazem sempre pensar quem irá limpar aquilo tudo ( pensamento típico de quem não gosta e não tem tempo para arrumar e limpar a casa), ou como disse uma amiga minha, com que dinheiro vão manter aquele casarão cheio de quartos e gadjets electrónicos que eles costumam oferecer... Pois essa parte ninguém pergunta e já não faz parte do programa, é como a velha história da Bela Adornecida, ninguém conta como foi depois de ser acordada pelo príncipe encantado, é só olhar para as revistas cor de rosa para saber que os príncipes e princesas não vivem felizes para sempre...! Mas neste caso gostei que a pimpolha tivesse visto o programa pois pude lhe mostrar e explicar que o menino na televisão que tinha acabado de "ganhar" um quarto só dele estava a chorar de felicidade pois nunca tinha tido o seu próprio espaço, nem sequer a sua própria cama... Não é a primeira vez que neste programa me emociono com este tipo de sentimento, o sentimento de possuir um quarto, uma cama para dormir, acaba por ser engraçado como no nosso dia a dia nós desejamos tantas coisas supérfluas e estes jovens e crianças apenas desejam um lugar para descansar a cabeça... Enfim, faz-me pensar em tudo o que tenho e não dou frequentemente valor... Claro que para uma cabecinha de 6 aninhos este sentimento não foi bem apreciado, a pimpolha estava mais interessada em dizer que também ela queria um quarto assim, com aquelas cores e bonecos e,e,e... O importante é ir dizendo e mostrando estas coisas mas ela como até já teve 2 quartos, um para dormir e um onde arrumar os seus muitos, mas mesmo muitos brinquedos, não percebeu a diferença... Havemos de lá chegar! Por agora vou-me limitando em ir dizendo aqueles clichés á mesa, dos muitos meninos que têm fome e do muito comer que ela ainda tem no prato e se recusa a comer ou leva uma eternidade em fazê-lo. Mesmo assim há coisas que já vai entendendo, no programa do Querido Mudei a Casa, foram remodelar 5 quartos de crianças órfãs,ou retiradas às famílias ou devolvidas pelos pais adoptivos... nem quis acreditar nisto, mas se as pessoas devolvem tantas outras coisas...enfim... claro os quartos ficaram lindíssimos, inclusive cheios dos tais gadjets electrónicos que com toda a certeza aquelas crianças trocavam por carinho, amor e pais que os quisessem e amassem... Perguntou- me a pimpolha porque dormiam todos no mesmo quarto e tive de lhe explicar que aqueles meninos e meninas, que tinham acabado de ganhar novos quartos, cheios de cores , brinquedos e gadjets que fizeram a minha pimpolha dizer que também ela queria, não tinham um papá e uma mamã e por isso viviam ali... Ela agarrou-se a mim e escondeu a cara no meu peito e disse com voz triste e meia chorona que preferia afinal não ter aqueles quartos tão lindos e novos e ficar com os seus papás... lições de moral vividas no pequenino doem mais às mães do que aos filhos...

Medos de Mãe!



Acontece-nos a todas, não há excepções... Hoje e pela primeira vez deixei a pimpolha na escola sem ter ido com ela até à sua salinha de aulas. Deixei porque ela já está na 1 classe, porque algumas das amiguinhas também já vão sozinhas, porque também precisa sentir a responsabilidade de ser crescida... enfim, sei lá porque a deixei! Foi uma decisão do momento, ela saiu do carro, dei-lhe a mochilinha de rodinhas e o casaco e via a entrar no portão da escola... A escola é pequena, muito fácil de entrar, a salinha é logo ali... àquela hora é uma azafama de carros a entrar e sair pelo portão grande, diferente do que eu a deixei entrar, e a sair, crianças pequenas, médias e grandes, pais, professores, enfim o usual numa escola mas talvez mais seguro pois naquela escola onde só andam cerca de 700 alunos, quase todos se conhecem, desde a 1 classe até ao 12 ano...  Via entrar com o seu casaco a 3/4 rosa velho e capuz, a sua sainha castanha com muitos desenhos coloridos, as suas botas roxas...os seus dois ganchinhos com lacinhos vermelhos escolhidos e colocados por ela mesma... e de repente ela olhou para trás, para mim sentada dentro do carro a olhar para ela e sorriu! Levantou o bracinho e fez-me adeus... Vim-me embora e mal dei a volta ao carro o meu coração ficou tão apertadinho que tive vontade de voltar de novo para lá... e se lhe acontece alguma coisa e aquela imagem que naquele momento já a revejo em retrospectiva na minha mente e em camara lenta, for a última imagem que eu vejo dela tal qual filmes de autentico terror parental onde aparecem imagens das crianças antes destas desaparecerem... já viram o filme com certeza, o meu e o de hollywood... Quis voltar para trás mas o meu coração de balança oscila entre esse desejo e a consciência que ela está na escola, escolhida por mim, onde deposito a minha confiança e tesouro todos os dias... mas e se... e se ela volta para trás, e se ela não entra na sala, e se ela dá a mão a algum pai qua já conheça e a faça sair da escola... e se... Todos estes medos são perfeitamente irracionais ou racionais face a tudo o que lemos nos jornais, e muito culpa e fruto dos muitos livros que leio sobre crianças raptadas, livros que para a minha mãe não têm sentido eu ler, ela nem gosta de olhar para eles, mas que eu devoro sei lá eu bem porquê... Ela está a crescer e um dia irá sozinha para a escola e no outro para a Universidade e quem sabe, se tiver sorte, irá trabalhar para outro país e eu não a posso nem devo proteger do bom que a vida nos pode porporcionar... mas e se... nunca me perdoaria! Acho que ia directo ao mar e me afogava nas minhas mágoas e dor e culpa... Nunca vos aconteceu? Pensar no que pode acontecer? às vezes a minha mente vagueia por situações destas e muito piores e tento racionalizar e não pensar, ao mesmo tempo que quero viver na mente estas situações e saber o que faria eu para a encontar, tipo simulacro de incêndio, quanto mais passamos por um, menos hipoteses temos de entrar em pânico e congelar sem nada fazer, uma experiência no mundo da fantasia que nos possa dar forças e experiência para aquilo que nenhuma mãe quer algum dia imaginar... mas a minha mente tem uma mente própria e por vezes assalta-me com coisas destas e eu por vezes deixo-me embarcar nelas, eu não quero e tento ter um pensamento e atitude optimista e dizer bem alto para não ofender as razões da natureza, de que nada vou deixar que aconteça à minha pimpolha, ao meu amor, ao meu tesouro mais precioso!
Mas o medo de mãe anda de braço dado com o Amor de mãe, com o Carinho, com a Certeza... é uma sombra odiosa mas muito necessária para não nos fazer perder o rumo e estar sempre à espreita, daquele homem mau, daquela natureza má, daquele monstro sem cara...
Continuo amargurada e tenho vontade de ligar para a escola e ter a certeza de que ela está lá, mas a vergonha de admitir e a vergonha de não ter confiança na minha pimpolha... Já a ensinei a respeitar a autoridade e nunca, mas nunca lhe disse aquela idiotica lenga lenga de se ela se portar mal, vem um polícia e a leva presa ( juro se oiço alguém dizer isto na minha frente eu bato e esfolo, criaturas parvas que fazem com que os filhos tenham medo de pedir ajuda a quem na realidade devem pedir...), pelo contrário! Se vamos a algum sítio com muita gente, para além de a agarrar com muita força na sua mãozinha papuda, tanto que ela grita e diz que a magoo, faço quaestão de lhe mostrar onde estão os seguranças, quem são, como estão vestidos, se há polícias faço questão de a apresentar aos mesmo. Já tivemos situações engraçadas por causa deisto, uma vez numa feira fui com ela até dois polícias, comprimentei-os e depois virei-me para a pimpolha e disse: "Vês, se te perderes da mamã, vens ter com estes senhores polícias, dizes o teu nome e a tua idade e dizes que estás perdida e eles procuram a mamã... " Claro ela ficou um pouco assustada porque nem quer pensar sequer em estar perdida e escondeu-se atrás de mim mas depois observou-os bem, tão bem que mais tarde me descreveu as botas, o boné/chapéu e cacetete... Os dois polícias ficaram a olhar para mim embasbacados até que um me disse que era a primeira vez que tinha visto tal coisa... devem estar habituados a serem os bichos papões que muitos pais os fazem ser... Da outra vez, e isto é a sério, fui mandada parar numa operação stop onde me foram pedidos os documentos do carro e os meus. Dei-me conta que não tinha a minha carta de condução porque naquele dia a tinha deixado no bolso de um casaco pois na escola onde ela andava tinhamos de nos identificar à porta e eu tinha-a tirado da carteira e guardei-a no bolso do casaco que depois esqueci em casa. Bem disse que se o Senhor polícia assim quisesse mais tarde lhe levaria à esquadra a carta e expliquei porque não a tinha, no entretanto ele olha para mim e diz: A senhora não me é estranha! Eu acho que a conheço..." Acho que por uns instantes fiquei em pânico e o meu coração gelou e tentei em milésimos de segundo rever todos os passos que tinha dado desde o dia em que nasci a ver se tinha alguma coisa a esconder... : "Não foi a senhora que ali no supermercado me apresentou a sua filha? Acho que sim..." Bem eu respondi que tinha esse hábito para ela não ter medo dos polícias e ele olhou para mim e disse-me: Vá-se lá embora e não se esqueça de que tem de ter os documentos sempre consigo..."........ Ufa!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Thank you Adele...

Adoro esta música, não pelo conteudo que graças aos céus não me diz nada pessoalmente, mas a melodia e a vontade de chorar pelo seu sofrimento fazem desta música a minha all times favorite e da pimpolha também... Thank You Adele!!

 

Someone Like You

Adele

I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things, I didn't give to you
Old friend
Why are you so shy
It ain't like you to hold back
Or hide from the light
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah
You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summery haze
Bound by the surprise of our glory days
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah
Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes they're memories made
Who would have known how bitter-sweet this would taste
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah, yeah

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Coisas que me fazem sorrir...que me fazem bem...que me fazem sonhar...




Beber água quando tenho mesmo  muita sede...
Ver um gatinho bebé a brincar com um novelo qualquer...
Ver um Shar Pei bebé cheinho de rugas desde a ponta do nariz até à cauda enrolada...
Ver a minha filha beber biberon à noitinha porque , com o leite quentinho começa a revirar os olhos e a deixar-se dormir...
Receber um beijo do maridão, daqueles em que os lábios custam a despegar...
Ouvir a música da Tina Turner Private Dancer porque me faz sonhar em danças libidinosas, corpos sensuais e fantasias loucas...
Vestir um vestido preto, maquilhar-me, pentear-me e colocar o meu perfume com cheiro de frutas e ouvir a minha filha dizer " Uau, estás tão linda mamã!"...
Chorar quando a alma precisa desabafar...
Comer chocolate quando o corpo pede algo doce...
Dormir, dormir e dormir até ao meio dia...
Cheirar o cabelo da minha filha acabadinho de lavar...
Entrelaçar os meus pés com os do maridão, que estão sempre quentinhos, no nosso leito de amor...
Ver o maridão sorrir porque ele sorri com a boca e com os olhos...
Ver a minha filha fazer beicinho de cada vez que vê os papás darem um beijinho porque também ela quer um beijinho...
Tirar fotografias...
Ir ao cinema sozinha ver um filme romântico e comer pipocas e suspirar...
Adormecer no sofá...
Ver a árvore de Natal com as suas luzinhas a brilhar à noite...
Adormecer numa banheira cheinha de água quentinha com um livro nas mãos...
Ler um livro de mistério, porque já dizia o outro, o mistério é sério...
Comer farófias bem grandes e branquinhas cobertas de creme amarelo e doce...
Que me mexam no cabelo,hummmm......
Adoro dar beijinhos à minha filhota...
Adoro dançar...
Adoro representar num palco para amigos ou inimigos...
Amo fazer a minha filha rir às gargalhadas quando lhe faço cocegas por todo o lado...
Gosto de ser notada quando entro num sítio qualquer...

sei lá, acho que adoro tanta coisa que é impossível dizer tudo...tal como detesto...

e já agora e segundo o maridão, Adoro dizer a palavra detesto... ahahah





domingo, 8 de janeiro de 2012

Por causa de... o ciclo da vida em coincidências...



Por causa da falta de um prego, perdeu-se a ferradura...
Por causa da falta da ferradura, perdeu-se o cavalo...
Por causa falta de um cavalo, não se entregou uma mensagem...
Por causa da falta de uma mensagem, perdeu-se a guerra...
Por causa de se ter perdido a guerra, perdeu-se um reino!

Provérbio Japonês ou Chinês...


É a velha máxima de que o bater das asas de uma borboleta do outro lado do mundo, provoca um temporal deste lado...é tudo um ciclo e tudo está interligado, não é por acaso que dizemos muitas vezes que Portugal é realmente um país pequenino quando num jantar reencontramos pessoas amigas dos nossos amigos e nossas amigas também... aconteceu este ano novo, o meu pai trouxe um amigo e eu outros amigos e chegamos à conclusão de que esse amigo, trabalhava com um dos meus amigos e conhecia o pai do meu marido... safa...


Vamos fazer uma experiência...

Vou a passar numa estrada e vejo um prego no chão, penso para mim mesma que o deveria tirar dali pois alguém se pode magoar mas como já vou atrasada para ir buscar a minha filha à escola, ignoro e passo ao lado. Uns carros depois de mim, vem uma senhora que com a pressa de chegar a casa não pôs o cinto de segurança e naquele preciso momento, o cigarro que jurara nunca mais fumar, caíu-lhe da mão para o chão do carro e ela a praguejar, dobra-se sobre si mesma para o ir buscar. Neste preciso momento, não vê o prego que eu não quis apanhar, passa com o pneu por cima, pneu esse que o marido já lhe tinha dito para ir trocar mas que não foi por falta de dinheiro, porque o inquilino ainda não lhe pagou a renda porque o patrão está enrascado e há já 3 meses que não lhe paga, fura-se o pneu, o carro guina, galga o passeio e vai direitinho bater num poste. A senhora que não teve tempo de colocar o cinto é cuspida pelo vidro e entra por uma vitrina adentro onde uma série de clientes se encontram a ver a nova colecção de roupa.... isto podia continuar até à exaustão... Logo por causa de um prego e por causa da minha pressa... coincidências???
Uma vez li que, quando nos esquecemos de algo devemos sempre voltar para trás para o ir buscar pois é a maneira do nosso anjo da guarda tentar nos proteger de algo mau que nos iria acontecer... às vezes basta olhar e realmente ver os sinais que o universo nos envia e que nós por descuido ou pressa nos recusamos a ver e entender...

Estava eu na Universidade e decidi fazer um trabalho sobre Thomas Edward Lawrence, mais conhecido por ter sido a personagem verídica que inspirou um filme, que eu pessoalmente adoro, Lawrence of Arabia, escolhi-o exatamente por causa deste filme. Acontece que necessitava saber mais sobre este oficial britânico e suas obras estava eu super preocupada com isto quando o meu então namorado e atual marido dá de caras com um documentário sobre este senhor e de imediato o colocou a gravar... De outra vez e para outro trabalho, estava eu à procura de material sobre os Cossacos Russos e ao passar as mãos pelas lombadas dos muitos livros que a minha mãe tinha na sala, salta-me um livro que quase me acerta nos pés sobre... os Cossacos russos... tem sido sempre assim, sempre que eu desejo algo com fervor e estando atenta aos sinais, é-me entregue como que de mão beijada pelo Universo...


Por isso acho que na próxima terça feira vou procurar com fervor os números do euromilhões...ahahah... Brincadeira, não funciona assim...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Fantasies and Mystery and...


Ás vezes gostava de viver uma vida alternativa, secreta mesmo, daquelas vidas onde tudo podemos fazer sem criticas, sem temores... Passo a explicar. Não sei se conhecem um Cartoon chamado Rose is Rose? Bem trata-se de uma mãe de família, tal como eu, que tem pelo menos dois alter egos, um sendo uma mãe amish,???, outro sendo uma motoqueira cheia de tatuagens que faz o que a mamã real gostaria de fazer e não pode... Pois bem eu sou assim! Por vezes dou por mim a sonhar acordada com coisas que sei que nunca irei fazer... coisas escuras, estranhas e que se ditas, ou neste caso escritas, terão de ser muito bem explicadas lá por casa... Adoro a minha família, o maridão e a pimpolha são tudo para mim e apesar dos meus constantes desvarios com loiça por lavar, roupa à espera em montão para secar e novelos de cabelos e pó à espera de serem aspirados, às vezes gostaria de viver outra vida.

Imagino-me num apartamento super glamoroso, onde tudo está perfeitamente arrumado e organizado, em que eu chegue a casa e tal qual nos filmes, encha um daqueles copos de pé alto de vinho tinto, coloque uma música suave e tome um banho de imersão daqueles cheios de espuma com cheiros exóticos...
Uma mulher de vestido negro como o mistério que se encontre com um homem de negócios para um serão agradável, num daqueles restaurantes onde cada prato custa mais de 100€ e o chef vem à nossa mesa pessoalmente perguntar se tudo estava ao nosso gosto...
Imagino-me naquelas festas glamorosas de Hollywood, a passar no tapete vermelho reconhecida pelos media e público em geral por um qualquer filme, sucesso de bilheteiras por todo o mundo, num vestido lindíssimo de um estilista famoso, daqueles vestidos carérrimos que vamos vestir apenas uma vez na vida, não convêm repetir porque as fotografias ficam guardadas para todo o sempre e rebuscadas sempre que aparecemos numa revista a ver se repetimos o traje...
A fantasia mais idiotica que me ocorre frequentemente, em especial quando passo por estradas pouco usadas e mal iluminadas à noite é a de encontrar num canto qualquer uma criança abandonada... eu sei! Não estou de certeza boa da cabeça!!! Mas vem-me esta muitas vezes à memória e se a tentar esmiuçar talvez venho pela vontade de quase todo o ser humano de ser um dia o herói, no meu caso a heroína que rapidamente resgatava a criança e a levava para casa e lhe dava amor e carinho até chegarem as autoridades competentes... confesso que esta até a mim me confunde mas, se digo umas também digo as outras...
Muitas são as vezes que sonho em ir viver ou já estar a viver num país diferente, nem precisa ser longínquo, basta ser diferente, numa Paris romântica, numa Londres muito movimentada, numa Nova Iorque coberta de neve e luzes brilhantes, até mesmo numa Tailândia cheia de mistérios e iguarias diferentes e excitantes para experimentar, esta é fácil de concretizar, eu sei, mas no fundo continuo a gostar de Portugal, à beira mar plantado... quem sabe se em vez de emigrar, migro apenas com destino a um monte alentejano qualquer, com uma quinta respeitável e hectares de terreno virgem por descobrir, com animais vulgares e reconfortantes, cavalos, vaquinhas, pintainhos e patos e cães e... uma caseiro para tomar conta disto tudo!!! 
Num palco a cantar e dançar tal qual Shakira ou JLo, cujas músicas percorrem os ouvidos de meio mundo e fazem jovens invejar o nosso talento e quererem ser como nós...

As minha fantasias são muitas, tantas que não creio que exista uma apenas recorrente, basta-me ir no carro a ouvir uma música para de imediato a minha mente começar a tecer panos de fundo, histórias mirabolantes e finais nem sempre felizes mas o enredo é sempre do mais excitante que pode haver! Fico sempre com uma raiva por ainda não terem inventado um aparelhometro qualquer que não só leia a minha mente, como passe aqueles enredos maravilhosos para um ficheiro para que mais tarde eu o possa imprimir...Com certeza estas fantasias são fruto dos muitos filmes que gosto de assistir e dos muitos livros que gosto de ler e me fazem suspirar por a minha vida ser assim, nem que fosse um mês... Não quero com isto dizer que a minha vida me desilude, não! não foi assim que a sonhei mas quis o destino que assim fosse e a ele estou agradecida pelo que tenho, no entanto o bichinho fica cá dentro e um dia sairá cá para fora, não fisicamente, mas talvez um dia me ponha a escrever um romance, um livro de mistério ou de fantasia daquilo que eu gostaria de fazer... Quem sabe se não será um best seller? Hoje em dia qualquer um escreve, porque não eu? Porque não tirar proveito do que me vai na alma??? Quiçá????








created by Pat Brady&Don Wimmer


Who wants to live forever......


Não é uma referência à música tão popularizada pelo falecido Freddy ou mesmo ao filme que ainda popularizou mais esta música e que tão convenientemente tem a ver com o que eu sinto, Os Imortais...
Quem quer viver para sempre? Eu não! O único senão a este tão drástico sentimento deve-se, como é perfeitamente óbvio, à minha pimpolha, pois se não viver para sempre, não a poderei acompanhar em todas as suas lindas fases da vida... Claro que quero com todo o fervor vê-la crescer, passar pelos anos da escolinha, medos e alegrias, descobertas, namoradinhos, mais tarde a Universidade, depois o primeiro trabalho, viagens, enfim, até à descoberta do verdadeiro amor, casamento, filhos... claro que quero ver tudo isto e não perder pitada de nada desta linda novela portuguesa tão minha. Mas acontece que perante este desenrolar, eu vou também crescendo, ficando mais velha, com menos faculdades, tal é a vida, o ciclo da vida ainda não para, ainda não podemos tomar um comprimidozinho e ficarmos para sempre jovens, com tudo em cima, ok temos por aí as cirurgias plásticas que confesso, por nada deste mundo eu embarcaria nessa aventura, a não ser que fosse de fato obrigada pelas circunstâncias tais como uma qualquer reconstrução... não vou sequer perder tempo a pensar nisto.  Olho à minha volta e vejo a 3 idade a chegar em força sem nada podermos fazer, não quero ser um fardo para a minha pimpolha, é um cliché, é verdade, mas se viver para sempre é o que vai acontecer... Não quero não saber em que dia, mês, ano estou a viver, ter pessoas a dar-me banho porque já não o consigo fazer, a dar comida à boca e a transformar uma mulher adulta em criancinha novamente... temos a tendência a achar que os velhotes passam a ser bebés pelas circunstâncias e acabamos por lhes dar uma de coitadinhos... Não quero!!! Não quero ir para um lar onde ainda nos tratam pior e somos confrontados todos os dias com o peso da idade junto a outros iguais a nós, mas também não quero me imiscuir na vida da minha pimpolha, obrigando-a a dar-me abrigo quando eu já não puder fazer as coisas sozinha, ficar num quartinho na casa dela e retirar-lhe o direito à sua privacidade e da sua família... Claro que muitos filhos gostam, e ainda bem, de ter os pais com eles, às vezes até dá jeito, tomamos conta dos netos, vamos na medida dos possíveis arrumando qualquer coisinha, fazendo uma sopinha... mas não é o mesmo do que poderem chegar a casa e estarem completamente à vontade... Com a crise que para aí vai começa a ser difícil e perigoso poupar, difícil porque por e simplesmente o dinheiro de hoje não chega para tudo quanto mais para colocar numa poupança, mesmo que sejam apenas 100 por mês, isto quem consegue poupar 100...perigoso porque o nosso banco pode ser o próximo a ir à vida e depois não nos devolvem o nosso dinheiro e dizem-nos em bom português, so sorry... também não dá pensar em vender um terrenozinho ou uma casita, ou vendemos pelo mesmo preço que a comprámos, o que é perfeitamente ridículo a meu ver, ou temos de pagar imposto se for a mais ou se for a menos... nada é nosso para dispor da nossa vontade... Viajar, normalmente é o que dizemos que vamos fazer quando nos reformarmos... não creio! Para além de já ter viajado alguma coisinha, tanto com os meus pais em criança, como por obrigação quando era assistente de bordo, hoje em dia adoro estar onde estou, férias só quando a pimpolha vai para algum torneio e nós, pais babados vamos atrás munidos de máquina fotográfica em punho ou de vídeo para registrar momentos únicos de satisfação ou frustração, dependendo de ter ficado ou não numa boa posição... Deixar a pimpolha com avó era uma alternativa para ir de férias com o maridão mas caímos na rotina de deixar a miúda com... os avós! Nem pensar, ela dá trabalho porque felizmente é saudável e adora, cantar, correr, brincar, chatear...para além de eu não a querer deixar! Se sou mãe galinha??? Talvez mas o mais importante é que sei que não me iria divertir sem a minha tão amada pimpolhinha!!! Para além de que, quando ela começar a viajar sozinha ou com amigos ou, Deus tenha piedade de mim, com namorados, vamos ter tempo para ir dar uma voltinha só nós dois.
Depois da reforma o que vamos nós fazer senão contar os dias até ao fim da semana, do mês, do ano...estou a ser pessimista? Talvez mas vejo pela minha mãe que é uma pessoa com bastante energia, que graças aos céus anda de um lado para o outro e não precisa da ajuda de ninguém, mas como já não trabalha passa os dias sem rumo definido. É levantar, cuidar dos cães, vestir, vir ter comigo ou com umas amigas para almoçar, passear mais um bocadinho, fazer umas comprinhas, ir lanchar com outra amiga, ir buscar a pimpolha à escola e levá-la aos treinos ou a lanchar, jantar, ver televisão e dormir... Ok para muitos isto seria o céu, mas acreditem, após algumas semanas é de dar em doido! Nós temos de ter um propósito qualquer, um rumo a seguir, um objectivo... já fez umas quantas viagens, com umas amigas porque nós não podemos ir sempre... e que mais??? Algo se me escapa com certeza mas a mim parece-me, salvo excepções, que será assim depois da reforma e para alguns nem assim porque o dinheiro não chega para os remédios que inevitavelmente começamos a tomar, a comida, luz, gaz, meo... não sei porquê não me consigo imaginar nisto, ou por outra, acho que vou passar a ver ainda mais TV e a ler livros se os olhos estiverem bem, à espera que a pimpolha me ligue para irmos a qualquer lado, provavelmente lanchar, ou ligar para uma amiga e convida-la a comer qualquer coisa... reforma e comida ligam muito bem... O pior é que segundo as estatísticas e com todas as novidades tecnológicas e cientificas, a nossa esperança de vida tende a aumentar, para quê? Disse-me um senhor no outro dia que tinha uma tia que este ano de 2012 vai fazer, se lá chegar, 104 anos... fantástico!!! mas e para quê??? Sim senhora, conhece netos, bisnetos, trisnetos, quando se junta a família toda é uma alegria mas o pior é que a família não está sempre unida em jantaradas, lá está a comida, e no resto do ano vê um ou outro com quem mais convive. A  alegria desta senhora deve ser perguntar nas tais reuniões " Que fizeste tu no resto do ano?" E o dia é bem passado porque num ano e tantos netos e bisnetos e trisnetos, têm muito para contar!
A minha avó era uma Senhora linda! Cheia de classe e teimosia, com problemas asmáticos desde tenra idade que ainda fizeram com que ela fosse mais apaparicada pois os médicos diziam que ela não ia durar muito... casou duas vezes, teve uma filha, viajou, tinha muitas amigas com as quais ia ao café e no fim, para não a pormos num lar, tinha uma senhora em casa que a ajudava... claro está que a não ser que tenhamos sorte e arranjemos uma espécie de Madre Teresa de Calcutá, com todo o respeito que tenho a esta Senhora, inevitavelmente e porque todos somos humanos, acabamos por descobrir que a nossa querida avó, afinal não era assim tão bem tratada pela mulher que contratamos porque esta também tinha dias maus e vontades e desejos e depois, impedida de os concretizar, acabava por tratar a minha avó como uma criancinha e por vezes como um fardo e eu nem quero pensar nisso. Mas pior ainda era chegar ao pé da minha avó e ter-me ela a dizer que ..." A avózinha já está muito velhinha... "ou então " ai senhores, ai Meu Deus!" isto porque não se sentia bem, porque tinha de ter ajuda para tomar banho, porque a obrigavam a comer quando e a horas que não queria, porque não podia ir sempre à rua pois sozinha já não ia e nem sempre a senhora a queria levar... enfim...Tenho duas imagens vividas na minha cabeça da minha avó. Uma está ela a rir muitíssimo bem disposta, a outra está a olhar para mim, com uns olhos sofridos, gastos, chorosos e a dizer " A avózinha já está muito velhinha..." Nasceu em 1913 e morreu um dia depois de eu fazer anos, no mesmo ano em que as torres gémeas vieram abaixo, agoram façam lá as contas... não sei! Por enquanto acho que não quero viver para sempre, quando lá chegar verei...

Adoro-te Avó!!! 

Certa vez alguém me disse
Que o sintoma da velhice
É por demais conhecido
Quem tiver a visão turva
A coluna meio curva
Caminha nesse sentido
Perda de parte do tato
Do paladar e do olfato
Também são outros sinais
Passa o tempo ali na sala
Não desgruda da bengala
Pois andar firme, jamais
Um começo de surdez
Sentido mais de uma vez
Ou tremer de vez em quando
São alguns sinais de alerta
Da partida quase certa
Que o momento vem chegando
Dor aguda por artrose
Até a grave trombose
Para infernizar a vida
Reumatismo deformante
Um definhar incessante
E depois a despedida
Outro fato que acontece
Qualquer velho bem conhece
Mas não fala como é
Urinar era de jato
Agora molha o sapato
Aquece o peito do pé
Mas ainda não é tudo
Há caso mais cabeludo
Que por ser grotesco humilha
Se “tira água do joelho”
Ao recolher o aparelho
Deixa molhada a braguilha
Mesmo com a companheira
Já deixou de brincadeira
Não dá conta do recado
Se tentar só tem canseira
Eis que dorme a noite inteira
Com mulher ali do lado…
Livro “De Olho na Vida”, de José Delcy Thenório

Ao menos nós ainda vamos ter a internet...