domingo, 19 de maio de 2013

Adopção de crianças... se ao menos revissem os requisitos e acelerassem o processo...!


Li, vi e ouvi que a partir de agora, pessoas do mesmo sexo já têm autorização dos pais ( do nosso governo...) para poderem adoptar crianças e sentirem-se assim uma família por completo. Fiquei bastante contente, tal como tantas outras pessoas por esses blogs fora e por esse Portugal adentro, mas mais feliz devem ter ficado as crianças que estão naquelas instituições para onde foram algumas "deitadas" pelos próprios pais, largadas pelas nossas assistentes sociais e que por e simplesmente foram lá parar sem mesmo saberem como... Não me levem a mal que destas coisas sei pouco mas irrita-me e deixa-me triste haverem tantas crianças à espera de um dia terem um final feliz junto de uns pais carinhosos, sejam eles de sexos iguais ou diferentes. O que este país necessita agora é rever as leis para a adopção e deixarem de serem tão críticos, por vezes por uma coisinha de nada, a adopção já não se concretiza e os sonhos, mais do que dos pais, das crianças são mais uma vez destruídos... Desculpem lá mas a vossa conta bancária não é suficientemente gorda para terem uma criancinha, ou desculpem mas vivem num bairro errado, ou não têm condições, ou ou ou ou... Bem sei que isto não é assim tão preto no branco e acho óptimo que façam os deveres de casa para saber se aqueles pais têm capacidade para ter aquelas crianças ou não. Mas acho que as dificuldades são tantas que muitos são os casais que desistem por já não aguentarem o escrutínio, ou até os há que não desistem mas e as crianças que em vez de terem finalmente a casa e os pais que sempre sonharam ficam ali, á espera eternamente que venha de lá um senhor/a e lhes digo condescendentemente que podem ir... vá lá... Só me vem à cabeça histórias sobejamente conhecidas mas com finais pouco felizes, de crianças entregues a pais carinhosos mas que de uma hora para outra, não tão literalmente, são de novo forçadas a dar não um, mas vários passos atrás e obrigadas a voltar a viver com quem não as queria, só porque as pariram! Sim sou cruel mas mais cruel é este sistema que impede casais, sejam eles quais forem, de adoptar crianças só porque naquela interminável lista não preenchem um requisito... Está bem, não sei bem como se processa mas sei que há tantas crianças que passam as vidas numa instituição em vez de numa casa com mamã e papá, ou mamã e mamã ou papá e papá... Se pudesse eu tinha outro filho biológico mas conscientemente sei que não posso porque não quero que a filha que tenho hoje passe por dificuldades já que ter um filho exige-nos muito dinheiro, não é com certeza com os "exorbitantes" abonos de família que os conseguimos criar. Mas vos garanto que em todos os outros aspectos, as crianças seriam sobejamente felizes de entrar na minha casa caótica, com cães à mistura, com roupas por dobrar e lavar, cozinhas por arrumar, com pó nos móveis e casas de banho tsunamicas... Isto é que me irrita! Porque se os candidatos não apresentam uma vida equilibrada destas coisas todas, não têm direito a adoptar... não lavou a loiça, é portanto suja, não tem a roupa passada e pendurada, é portanto desorganizada, e por aí mas se forem perguntar a D. Pimpolha vos garanto que ela adora os cães, o quarto desarrumado com brinquedos, a varanda com tralhas, a cozinha, esteja ela arrumada ou não porque um factor decisivo na sua arrumação é mesmo ela (ontem tinham mais ou menos 4 pares de sapatos de salto alto espalhados pela cozinha porque resolveu vestir-se à mamã e fazer algumas passagens de modelo enquanto via desenhos e comia duas fatias de bolo acabado de fazer...), enfim. A minha vida doméstica está a mil anos luz do que deveria ser, não sou nem almejo ser perfeita, a minha casa muito menos, mas vos garanto que nós os 3 adoramos ali viver mesmo quando andamos aos gritos uns com os outros porque alguém se esqueceu de desligar a luz, porque mais uma vez estão sapatos fora do sítio, porque , porque ,porque. Acho giro ver fotos de casinhas super arrumadas, com tudo no sítio e pergunto sempre se têm empregada (eu não tenho e mesmo que tivesse dinheiro para ter não queria uma pessoa de fora a mexer nas minhas coisas), se trabalham, se tomam contas dos filhos e do marido e da casa... Lembro-me bem da minha vizinha que passava os fins de semana a lavar estores e janelas e a aspirar e sei eu que mais e o marido a jardinar de sol a sol e as miúdas por lá andavam a brincar mas sem terem tempo de antena junto dos pais. Pois a minha vai para as pastelarias e cafés, brincar de bicicleta ou de patins, e ficamos muitas vezes quase o dia todo, não faço almoço, não faço jantar, não passo a ferro, não lavo o chão... mas estou ali, a vê-la brincar, a falar com ela, a rir, a comer gelados, sei lá e quando chego a casa está tudo por fazer, mas ela não se importa, espera que eu magique algo para o jantar, nem que seja uma bela de uma tosta mista comida com gosto em frente à tv, mas feita com todo o carinho. Tenho plena consciência que se viessem cá a casa assistentes sociais mandavam-me à fava e diziam que eu era louca por querer adicionar mais uma criança aquele meio caótico chamado vida, mas que essa criança seria feliz, lá isso seria, mesmo com pequenos momentos de infelicidade, de choro, de mágoa que é o que faz a vida...

Agora se estou contente com esta nova lei? Claro que sim, já tive colegas homossexuais e adorei trabalhar com eles, com elas nunca me apercebi se as havia mas não tenho preconceitos. Desde que amem as crianças e as façam felizes, quero lá eu saber se são dois homens ou duas mulheres... Esquecemo-nos que os pais passam mais tempo fora de casa nos seus trabalhos e que as crianças passam mais tempo com professores mas lembramo-nos de nos insurgir porque duas pessoas do mesmo sexo querem ter uma criança??? As prioridades estão erradas.  Devíamos ter mais tempo para estar com os miúdos do que os professores, é por estas e por outras que os pais às vezes não conhecem os filhos... mas preocupamo-nos se têm dois homens em casa ou duas mulheres... Os miúdos aprendem tanto em casa como na escola, o importante é mostrar a verdade e deixa-los decidir sobre as suas próprias opiniões, e ajuda-los a formar o seu carácter. Pus os pés pelas mãos neste post... Fico danada quando oiço gente dizer que não conseguem adoptar uma criança e depois ler no jornal  que os pais fazem mal aos filhos... Criticamos os famosos por adoptarem putos de vários países mas desejosos estão os nossos miúdos que um desses famosos passem por cá um dia com vontade de os levar para casa, no questions asked!

O primeiro passo está dado, agora vamos a ver com que facilidade têm estes novos casais de adoptar crianças quando os casais ditos normais não conseguem...

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